A presidente Dilma Rousseff (PT) e seu antecessor Luis Inácio Lula da Silva, receberam vaias ao chegarem ao velório do candidato ao Palácio do Planalto Eduardo Campos (PSB), morto no meio da semana em acidente aéreo. Em seguida, alguém no meio da multidão puxou uma salva de palmas, sendo seguido por milhares de pessoas.
O candidato Aécio Neves (PSDB), também esteve no Palácio Campo das Princesas. Todos participaram de uma missa ao ar livre oficiada pelo arcebispo de Olinda e Recife, Fernando Saburido, quando foram rendidas as últimas homenagens ao ex-governador de Pernambuco.
Entre os presentes também estava a ex-senadora e Marina Silva, candidata à vice-presidência na chapa comandada por Campos. Embora o anúncio ainda não seja oficial, o PSB já considera Marina como a nova candidata a presidente e falta agora definir o nome de seu vice.
Marina Silva filiou-se ao PSB em setembro do ano passado, depois que não conseguiu registrar a tempo seu próprio partido, o Rede Sustentabilidade, para tentar pela segunda vez chegar à presidência, após ficar em terceira nas eleições de 2010, nas quais obteve 19 milhões de votos (20%).
Enquanto nos círculos políticos se discute qual pode ser o efeito da entrada de Marina na corrida presidencial, no centro de Recife o clima era de grande comoção.
Fotografias de Campos, mensagens de despedida, bandeiras do PSB e flores rodeavam o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, onde foi velado o corpo do candidato, assim como do jornalista Carlos Percol e do fotógrafo Alexandre Severo, que estavam na aeronave no momento do acidente ocorrido em Santos.
De acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), a fila para aproximar-se do caixão de Campos superava os três quilômetros de extensão.
O sepultamento acontecerá ainda esta tarde e Campos será enterrado ao lado de seu avô Miguel Arraes, reconhecido líder de esquerda que morreu em 13 de agosto de 2005, exatamente nove anos antes que seu neto.