Igor Gadelha e Daniel Carvalho
O deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi reeleito no final da tarde desta quarta-feira, 17, líder do PMDB na Câmara em 2016. Picciani derrotou Hugo Motta (PB), seu único adversário na disputa, por 37 votos a 30. Houve ainda dois votos em branco.
A recondução do parlamentar carioca à liderança do PMDB representa uma vitória para o governo, que tinha Picciani como candidato favorito, e derrota para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que articulou e apoiou a candidatura de Motta.
A recondução de Picciani deverá ter impacto importante para o Planalto e na definição do futuro da presidente Dilma Rousseff – alvo da discussão de um processo de impeachment na Câmara. Isso porque o líder do PMDB indicará os oito integrantes da comissão especial do impeachment na Casa a que o partido tem direito.
Além disso, Picciani será o responsável indicar, neste ano, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Considerada o principal colegiado da Câmara, a CCJ é responsável por votar a admissibilidade de todas as matérias que tramitam na Casa e por julgar recursos de Cunha no processo no Conselho de Ética.
Para conseguir se eleger, Picciani articulou a volta de deputados do PMDB que estavam licenciados, como Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral, que se licenciaram de secretarias na prefeitura do Rio e governo do Estado do Rio de Janeiro para apoiar o conterrâneo.
Com a anuência do Planalto, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PI), também pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira para voltar à Câmara e apoiar Picciani. A atitude foi alvo de críticas devido à crise da saúde pública, em meio ao surto de dengue e zika, vírus causador da microcefalia.