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Dilma reúne Judiciário, menos Marco Aurélio, que evita contato com candidatos a futuros réus

Em uma tentativa de aproximação com a cúpula do Judiciário, a presidente Dilma Rousseff recebeu no Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira, 11, cinco ministros do Supremo Tribunal Federal. Também compareceu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No jantar, Dilma falou sobre a necessidade de garantir “harmonia entre os poderes”.

O ministro Marco Aurélio, um dos membros do STF que não foi ao jantar, considerou o encontro inoportuno. A avaliação dele, transmitida por interlocutores, é de que juízes não podem se encontrar com possíveis réus.

“A leitura que o cidadão faz não é boa e acaba desgastando indiretamente a instituição. Eu já compareci ao Palácio da Alvorada para jantar com o presidente da República, mas uma coisa é um integrante comparecer, outra coisa é o colegiado em peso”, disse Marco Aurélio.

O encontro aconteceu em meio às investigações de políticos na Operação Lava Jato no Supremo e no Superior Tribunal de Justiça e ao andamento da investigação eleitoral da campanha eleitoral da petista no Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com o relato de ministros presentes, os dois assuntos não foram discutidos no encontro, “provavelmente em razão da quantidade de participantes”.

Após a fala de Dilma o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, defendeu a necessidade de ter “compromisso com a estabilidade institucional e com a e preservação da legitimidade mandatos”. A presidente avalizou a fala com a cabeça.

A ação de investigação da presidente no TSE pode levar, no limite, à cassação do mandato de Dilma e do vice, Michel Temer. Ministros menos “simpáticos” ao governo apontam outra fala de Lewandowski no encontro como um discurso que “dá margem a mais de uma interpretação”. Um dos presentes relatou que o presidente do STF afirmou que se há “desarmonia” entre os poderes “é porque o poder está sendo exercido de forma inconstitucional”.

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