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Dilma avisa que a luta está apenas começando e lembra os dias de guerrilha

José Seabra

O lado Dilma Rousseff que combateu a ditadura militar veio à tona no fim da tarde desta segunda-feira, 18, quando a presidente anunciou que está pronta para uma nova batalha. Desta vez, porém – sublinhou -, dentro da legalidade e para enfrentar “o golpe que estão tramando no Congresso Nacional”.

Em pronunciamento de pouco mais de 30 minutos a jornalistas no Palácio do Planalto, Dilma repetiu em duas ou três oportunidades que não é mulher de renunciar aos seus objetivos. Lembrou que combateu a ditadura, quando sofreu torturas físicas, e que hoje enfrenta a tortura psicológica contra os seus sonhos.

Ao contrário das últimas declarações, quando demonstrou estar pintada para uma guerra verbal, Dilma usou tom ameno, embora tenha se mostrado pronta para longas batalhas. “Me sinto injustiçada. Estou indiganada e não posso aceitar esse golpe”, asseverou.

Insistindo em que não cometeu crime que justifique o impeachment, a presidente manifestou esperança de que o Supremo Tribunal Federal libere o ex-presidente uis Inácio Lula da Silva para ocupar a Casa Civil. A decisão do STF deve ser conhecida na quarta-feira, 20. É o reforço que ela conta para dar a volta por cima. “Com Lula daremos início a um novo governo”, sentenciou.

Dilma, contudo, foi repetitiva. Tanto quanto lembrou seu período de guerrilheira, reafirmou que não pode ser julgada por réus que têm contas secretas no exterior e que estão sendo julgados opelo Supremo – numa referência, mesmo sem citar nomes, a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.

Por fim, ela chegou mesmo a brincar com os jornalistas. Ao se despedir disse que enfrentou o segundo turno, o terceiro turno (admissibilidade do impeachment na Câmara) e que vencerá o quarto turno (a votação do seu impedimento no Senado).

Resta saber se ela terá força, ânimo e coragem para enfrentar a luta que terá pela frente, sem se abater.

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