Igor Gadelha, Daniel Carvalho e Bernardo Caram
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evitou nesta quinta-feira, 3, rebater o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Em entrevista ao deixar a sessão, o peemedebista disse que mantém sua versão sobre a barganha que o governo teria tentado fazer para tentar barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa e aprovar a CPMF.
“Ouçam o (deputado) André Moura (PSC-SE). Se ele confirma o que eu disse, então vale o que eu já falei”, afirmou Cunha. Moura disse mais cedo que, na guerra de versões entre Cunha e o governo, vale a palavra de seu aliado. “A palavra que vale é a do presidente Eduardo Cunha”, disse, enquanto tentava se esquivar dos jornalistas.
Em entrevista coletiva no fim da manhã, o presidente da Câmara acusou Dilma de mentir em seu pronunciamento ontem à noite, ao negar que tenha tentado fazer barganha para barrar o prosseguimento do processo de impeachment na Câmara. Segundo Cunha, à sua revelia, Moura teria se encontrado com Jaques Wagner ontem no Planalto.
Na ocasião, o governo teria oferecido ao aliado do presidente da Câmara os três votos do PT no Conselho de Ética, no qual é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar, em troca da aprovação da CPMF na Casa. Wagner, por sua vez, negou e disse que Cunha é quem mentiu.