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Dilma parte para ofensiva, ataca Gilmar e Moro, e faz coro com ‘Não vai ter golpe’

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Felipe Meirelles, Edição

A presidente Dilma Rousseff decidiu jogar pesado contra o que chamou de ‘preparação de golpe’ para tirá-la do Palácio do Planalto. Em discurso duro nesta terça, 22, ela lançou o que se espalhou ser uma espécie de “campanha da legalidade” para permanecer no poder. E foi categórica, ao enfatizar que “jamais renunciará sob qualquer hipótese”.

O pronunciamento foi feito no Palácio do Planalto, após encontro da presidente com juristas que foram a Brasília manifestar apoio à petista e rechaçar tentativas de interrupção do atual mandato. Os principais alvos dela, direta ou indiretamente, foram o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, e o juiz Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato.

“Eu preferia não viver esse momento, mas me sobra energia e disposição. Jamais imaginei gastar forças para unir a sociedade em torno de uma campanha pela legalidade”, afirmou Dilma.

A presidente relembrou seu apreço pelo ex-governador Leonel Brizola, em uma comparação direta do atual momento com a campanha conduzida pelo político gaúcho para que o então vice-presidente João Goulart pudesse assumir o mandato presidencial em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, situação que desagradava aos militares da época. “Não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia.”

A presidente afirmou mais de uma vez que não cometeu nenhum crime de responsabilidade, hipótese prevista na Constituição para que um presidente seja afastado do cargo. Para Dilma, “os que pedem a renúncia mostram fragilidade de convicção sobre o processo de impeachment”.

Antes do discurso de Dilma, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que o governo vai entrar com ações no Supremo Tribunal Federal para questionar o processo de impeachment em curso na Câmara. A medida foi anunciada após a reunião com juristas.

Ao encerrar o discurso, Dilma afirmou querer “tolerância, diálogo e paz” e concluiu usando o bordão criado pelos aliados do governo: “Não vai ter golpe”.

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