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Dilma Rousseff pedala, Moro pega Lula. Um sapo no brejo. Vaca será a próxima

No dia que está sendo visto como o começo do fim, montagem de photoshop mostra 'Lula' sendo conduzido por agentes da Polícia Federal

Bartô Granja

O brasileiro pode até perder a piada, mas não perde o bom humor, por mais delicada seja a situação política do País. Um exemplo é o fato de, logo após a notícia da condução coercitiva do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, de dona Marisa e dos filhos do casal na Operação Aletheia, uma nova fase da Lava Jato, as redes sociais terem sido invadidas por memes.

Um deles – pode até ser considerado de mau gosto por aliados do ex-presidente, mas que ainda faz a oposição dar gargalhadas -, diz que “o sapo foi para o brejo. A próxima será a vaca”.

O sapo, todos sabem, é Lula, como dizia Leonel Brizola. A vaca, ainda tem gente procurando a quem associar a referência. Para medir o humor do povo, basta lembrar que em um ônibus lotado em Brasília, bem antes das oito da manhã, o cobrador, ouvindo rádio, gritou que Lula acabara de ser preso. E os passageiros aplaudiram.

O certo é que no dia em que a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lava, tendo por alvo Lula e um grupo que gira ao seu redor, a presidente Dilma Rousseff saiu para pedalar às 6 da manhã, com faz habitualmente. Retornou ao Palácio da Alvorada pouco antes das 7 horas.

Antes das oito Dilma deixou o Alvorada em direção ao Palácio do Planalto, embora sua primeira agenda do dia só estivesse marcada apenas para as 10 horas. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, já estava lá, esperando por ela. Desde cedo, as autoridades do governo estão a postos com a notícia de buscas em endereços e do mandado de condução coercitiva do ex-presidente.

Essa decisão da Polícia Federal, embora já viesse sendo desenhado há muitos dias, de certa forma surpreendeu o núcleo político do governo pelo fato de incluir a coerção da Lula para depoimento de esclarecimentos.

Com certeza, o fato vai tomar conta de todas as discussões políticas do governo. De acordo com um assessor palaciano é mais um ingrediente para elevar ainda mais a temperatura política, que já estava em alto grau ontem com a notícia da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS).

O Planalto terminou a quinta-feira com a avaliação de que o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, tinha feita uma defesa enfática e bem-sucedida do governo no caso de Delcídio, mas reconheciam os estragos provocados contra o governo.

O governo sabe que todos esses elementos podem contribuir para reacender o debate do impeachment e a manifestação popular marcada para o dia 13 de março está sendo vista como um momento decisivo para delinear o rumo desse processo.

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