Vem aí o primeiro processo cível e criminal contra Jair Bolsonaro. A iniciativa é da ex-presidente Dilma Rousseff, que se sentiu difamada e caluniada pelo presidente. Em Dallas, Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que “quem até há pouco ocupava o governo teve em sua história as mãos manchadas de sangue na luta armada”.
Segundo Dilma, a declaração de Bolsonaro é “mentirosa e caluniosa sobre minha história política”. A frase de Bolsonaro não teve nomes. “Quem até há pouco ocupava o governo tinha suas mãos manchadas de sangue da luta armada, matando inclusive um capitão, como eu”, maz petistas traduziram como um ataque à ex-presidente.
Em nota, Dilma diz que “durante a resistência à ditadura — e muito menos no período democrático —, jamais participei de atos armados ou ações que tivessem ou pudessem levar à morte de quem quer que seja. A própria Justiça Militar — as auditorias, o STM e até o STF — em todos os processos que foram movidos contra mim, comprovaram tal fato. Os autos respectivos documentam isso. Ao contrário dos heróis e homenageados pelo senhor Bolsonaro que, durante a ditadura e depois dela, tiveram suas mãos manchadas do nosso sangue – militantes brasileiros e brasileiras – pelas torturas e assassinatos cometidos contra nós”, diz.
A ex-presidente observa que “minhas mãos estão limpas e foram fortalecidas, ao longo da vida, pela militância a favor da democracia, da justiça social e da soberania nacional. Foi esta luta que me levou à Presidência da República, cargo que honrei representando dignamente meu País, sem me curvar a qualquer potência estrangeira, respeitando todas as nações, da mais empobrecida à mais rica”.