A presidenta Dilma Rousseff recebeu a chanceler alemã Angela Merkel para jantar no Palácio da Alvorada. Mais de 20 ministros e o vice-presidente Michel Temer participaram do encontro. Foi o primeiro compromisso da agenda, que prevê outras reuniões entre Dilma e Angela Merkel e conversas separadas entre ministros dos dois países nesta quinta-feira, 20.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, presente no jantar, o “tema central” do encontro entre as mandatárias é a perspectiva de início das trocas comerciais que celebrarão o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Mas outro tema de grande interesse entre ambos os países é a possibilidade de investimentos alemães no Brasil.
“Há uma compreensão de que a Alemanha pode ter grande interesse no plano de concessões em infraestrutura que o Brasil está realizando. Identificamos algumas áreas, como ferrovias e portos, podem interessar a investidores e empresas alemães”, disse Monteiro. Para o ministro, a parceria entre os dois países e os programas de investimentos tendem a continuar, já que há um “grande interesse” dos alemães no mercado brasileiro.
Antes do jantar, representantes de grandes empresas brasileiras se reuniram com Dilma para trocar informações sobre as prioridades do setor privado na agenda bilateral. Nesta quinta-feira (20), antes de Merkel ser recepcionada por Dilma no Palácio do Planalto, serão realizadas mais de 20 reuniões setoriais de ministros brasileiros com seus homólogos alemães para discutirem a celebração de pelo menos quinze acordos em áreas como inovação, pesquisa, mineração, marinha, educação, saúde e segurança alimentar.
Segundo Armando Monteiro, os empresários reconheceram que a Alemanha é um “parceiro estratégico” do Brasil e que os dois países têm muito a trocar nos setores de inovação, indústria e energia renovável. O país é o principal parceiro comercial do Brasil na Europa e o quarto no mundo (atrás apenas de China, Estados Unidos e Argentina), em um comércio bilateral que envolve mais de US$ 20 bilhões. Cerca de 1600 empresas alemãs estão instaladas em território brasileiras, algumas centenárias, informou.
O ministro reconhece que há um déficit no lado brasileiro, já que as importações contêm bens de alto valor agregado, ao contrário do fluxo no sentido inverso: “Esse déficit não é em si mesmo um problema, porque o Brasil precisa dos bens que importa da Alemanha. Ela tem muita qualidade na produção de importantes equipamentos. Portanto, pelo estágio de desenvolvimento tecnológico da Alemanha, o Brasil vai ter a Alemanha como supridora desses bens. A nossa estratégia é ver como podemos adicionar mais valor às nossas exportações”.
Da Redação com Paulo Victor Chagas – ABr