A presidente Dilma Rousseff vai apertar ainda mais o Orçamento da União. No domingo 17, ela reunirá no Palácio da Alvorada os ministros da área econômica (Joaquim Levy, Fazenda e Nelson Barbosa, Planejamento), além de Aluízio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) para definir um contingenciamento que pode variar entre 60 bilhões e 80 bilhões de reais. O vice Michel Temer também deve marcar presença.
O anúncio oficial dos cortes deve ser realizado na quinta 21 de maio, informa o jornalista Fernando Rodrigues em seu blog no Uol. Entre o domingo e a quinta-feira, os ministros terão alguns dias para comunicar a decisão aos colegas da Esplanada e combinar um discurso unificado, que impeça reclamação pública por causa da redução das verbas.
Na prática, o governo já tem adotado um arrocho das despesas para todos os setores da administração pública federal. Alguns casos se tornaram conhecidos em detalhes. Por exemplo, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a maior empresa pública de prestação de serviços em tecnologia da informação do Brasil, interrompeu pagamentos regulares aos seus fornecedores desde novembro do ano passado. Só faz pagamentos pontuais. Na semana passada, acumulava uma dívida de R$ 249 milhões em serviços e produtos recebidos, porém ainda não pagos, lembra o jornalista, citando dados do último dia 5.
Segundo o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, a execução orçamentária dos primeiros 4 meses de 2015 “já está projetando um corte para o ano todo de R$ 57,5 bilhões”. Na realidade, o que Dilma e seus ministros farão é um aperto ainda maior nos gastos do governo. Esse corte, segundo Joaquim Levy, é fundamental para o ajuste das contas públicas e para preparar o país para voltar a crescer a partir de 2016.