Marta Nobre, Edição
A presidente afastada Dilma Rousseff está perdida nas respostas aos questionamentos do senadores, na defesa que a petista faz nesta segunda, 29, no Senado, contra a ação de impeachment. A opinião é de aliados do presidente em exercício Michel Temer. Do lado da petista, há quem entenda, porém, que Dilma está sendo convincente.
O tom de ironia chegou a ser utilizado pelo senador Magno Malta (PR-ES) ao comparar Dilma ao personagem Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo. “Ela fala, enrola e não diz nada”, comentou.
No intervalo da sessão, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), afirmou que, apesar das críticas dela ao governo Temer e a parlamentares governistas, o voto dos senadores não deve mudar. “Pode comover alguns lá fora, aqui dentro não”, afirmou.
Senadores favoráveis ao afastamento definitivo de Dilma dizem que ela tem dado respostas muito técnicas e que, até então, não está sendo convincente em seus argumentos para desmontar a tese da acusação de que cometeu crime de responsabilidade.
O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), que será o primeiro a fazer perguntas após o intervalo, acha que faltou tom emocional ao discurso. Além dele, pelo menos, mais 38 senadores devem fazer perguntas ainda hoje à presidenta afastada. Como cada um tem cinco minutos para inquiri-la e ela não tem limitação de tempo para responder, a expectativa é que esta fase invada a madrugada.
Defesa – Embora reconheçam que Dilma Rousseff dificilmente sairá vitoriosa do processo, senadores contrários ao impeachment, como Randolfe Rodrigues (Rede–AP) destacam que a presidente afastada fez nesta segunda-feira (29) um discurso histórico.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ressaltou que o discurso de Dilma foi “sereno, respeitoso, mas contundente e forte, sem deixar de dizer que esse processo é uma farsa”.