Felipe Meirelles, Edição
A presidente Dilma Rousseff apareceu nesta quarta, 11, na janela do terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o seu gabinete. Dilma surgiu ao lado do ministro do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner. Em imagens registradas por cinegrafistas e fotógrafos, Dilma observa a Esplanada vazia, já que a mesma está interditada, e a montagem de uma barreira de proteção que está sendo montada na rampa do Planalto.
O jornal norte-americano The New York Times relata em reportagem nesta quarta-feira, 11, que há um clima de fim de festa no Palácio do Planalto, misturado com alívio e resignação e até assessores procurando emprego, no que pode ser o último dia do governo da presidente Dilma Rousseff.
“A festa acabou”, disse um assessor próximo a Dilma citado na reportagem, publicada na página do maior jornal dos Estados Unidos na internet na tarde de hoje. O texto cita que a presidente até mudou sua rotina nesta quarta-feira, trocando o passeio de bicicleta por uma caminha pela manhã.
Os mesmos assessores de Dilma, menciona o Times, ressaltam que as paredes do Planalto estampam um clima de “resignação sombria” com “uma pitada de humor negro”. “Alguns (dos assessores) já estão procurando por novos empregos. Outros apenas parecem estar aliviados de que a longa batalha está quase terminada”, descreve a reportagem.
O Times ressalta que Dilma tentou manter nos últimos dias uma rotina normal, enquanto seu processo de impeachment primeiro foi votado na Câmara e hoje segue para votação no Senado. Nessa rotina, ela tinha compromissos fora do Planalto, fez viagens, participou de eventos e reuniões com ministros e políticos. Mas, hoje, a agenda oficial previa apenas reuniões internas. Ao mesmo tempo, a presidente vem continuamente insistindo que seu impedimento é um golpe.
O jornal de Nova York cita que imagens já circulam hoje no Brasil de objetos pessoais e fotografias sendo retiradas do Planalto e que, caso o Senado aprove o processo de impedimento, Dilma deve ser notificada oficialmente na manhã desta quinta-feira, 12. Além disso, alguns de seus funcionários mais próximos já nem trabalham em tempo integral, reservando tempo para buscar cargos na burocracia do governo em Brasília, que está prestes a se tornar hostil ao partido de Dilma, o PT.