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Dilma viaja a Nova York para denunciar um golpe de Estado dos congressistas

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Felipe Meirelles, com Agências

A presidente Dilma Rousseff embarca às 9h30 desta quinta-feira, 21, para Nova York. O vice-presidente Michel Temer não havia sido comunicado até as 18h desta quarta, 20, da viagem, mas seroa o mandatário do País até o regresso da titular, previsto para o domingo, 24.

O pretexto da viagem é uma reunião da ONU, onde serão debatidas questões climáticas, mas há a expectativa de que Dilma denuncie ao mundo que está sendo vítima de um golpe de Estado. Temer, que tem sido chamado de “traidor”, não pretende viajar a Brasília. A ideia dele é permanecer em São Paulo, sem agendas externas, com um comportamento totalmente discreto.

Na agenda de Dilma nos Estados Unidos, além da reunião na ONU, a partir das 8h30 de sexta-feira, 22, estão previstas ao menos duas entrevistas, na sexta-feira e no sábado. Ela quer usar todos os meios possíveis e aproveitar o favoritismo que tem encontrado na imprensa internacional à sua causa para repetir o discurso de que tem “profunda consciência” que está sendo vítima de “um processo baseado em uma flagrante injustiça, uma fraude jurídica e política, que é a acusação de crime de responsabilidade sem base legal, sem crime e ao mesmo tempo de um golpe”.

Entretanto, o gesto da presidente Dilma ignora que, ao contrário da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Unasul – União Nacional das Nações Sul Americanas, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, minimizou o processo de impeachment que corre no País. Dujarric disse, em entrevista coletiva, que o Brasil tem “tradição democrática” e “instituições de Estado fortes”.

O porta-voz acrescentou ainda que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, está acompanhando a situação política atual no Brasil “de perto”, que “o Brasil tem uma tradição democrática sólida e instituições de Estado fortes” e que “está confiante que os atuais desafios do País serão resolvidos por estas instituições em conformidade com a Constituição e o quadro legal.”

Em suas diversas falas durante o período em que estiver nos Estados Unidos, a presidente Dilma pretende lembrar que tanto a OEA quanto a Unasul questionaram o processo de abertura de impeachment.

Vale ressaltar que na segunda-feira, um dia depois da aprovação do processo para afastamento da presidente, a Unasul emitiu nota em que considera a aprovação do processo de impeachment da presidente brasileira, pela Câmara dos Deputados, um “motivo de séria preocupação” e que pode afetar a democracia da região. Já o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, o uruguaio Luis Almagro, disse que “o impeachment constitui um ato de flagrante ilegalidade”.

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