A área de segurança pública no âmbito governo Lula está praticamente definida. A mais recente ação foi definida pelo ministro Flávio Dino, da Justiça, e o diretor-geral da Polícia Federal Andrei Passos, com a nomeação do delegado Rodrigo Moraes Fernandes, para a Diretoria de Inteligência da corporação.
Mas há uma lista com mais de 10 mil nomes de cargos comissionados em diferentes áreas (incluindo as estatais) para ser aprovada. O pente-fino é lento, uma vez que a ordem do presidente da República é descartar qualquer servidor com viés bolsonarista.
O trabalho é difícil, uma vez que envolve, além de Dino, seus colegas Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O entrave aumenta à medida em que se sabe que a equipe responsável por fazer um R-X dos candidatos é reduzida.
Para evitar que a máquina pública ande a passos de tartaruga, Dino, Costa e Padilha correm agora para definir o nome do chefe da Agência Brasileia de Informações, a poderosa Abin, que sairá da esfera do Gabinete de Segurança Institucional diretamente para o Planalto. O perfil do candidato é técnico-político e que seja, principalmente, de total confiança.
Há poucos nomes indicados para a Abin, com aval, inclusive, da cúpula do PT. Todos são mantidos sob sigilo, até porque é uma área sensível para o governo. O próprio Andrei estaria por trás da escolha, uma vez que gostaria de ver à frente do órgão alguém com afinidade com a Polícia Federal.
A Notibras, um ministro que transita com facilidade pelo Planalto, Supremo, Congresso e a própria Esplanada, confidenciou que o próximo homem-forte da Abin deve ter características como as de Rodrigo Fernandes, Em outras palavras, um delegado que trabalhe para o Estado, e não para um governo, como se fez costumeiramente na gestão do ex-presidente.
A título de ilustração – e para quem gosta de fazer apostas -, basta lembrar que o novo diretor de Inteligência da Polícia Federal, tem 49 anos, Foi o delegado responsável pela investigação da facada em Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018, que concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho e sem mandantes. Fernandes também chefiou o inquérito sobre a falsa enfermeira que vacinou empresários de Belo Horizonte com soro fisiológico. É alguém com esse perfil que deve comandar a Abin.