Flávio Dino foi no fim de semana a São Paulo, berço do PT, e atacou a onda de violência que faz jorrar sangue de inocentes na Bahia, estado governado por petistas desde quando chamávamos o dia anterior a ontem de transonteontem.
O ministro da Justiça e Segurança Pública pode até negar, mas sua intenção ao criticar os desmandos da polícia na Terra de Todos os Santos foi cutucar o governador Jerônimo Rodrigues e seu colega ministro Rui Costa, da Casa Civil.
Filiado ao PSB, Dino é o mais popular ministro de Lula. Uma forte corrente do PT, que teme vê-lo despontar como futuro ocupante do Palácio do Planalto, faz lobby para tirar essa pedra do sapato, jogá-lo no Supremo e abrir o caminho da sucessão para Fernando Haddad.
Dino começa a dar sinais de cansaço de toda essa lenga-lenga. Pragmático, pode chutar o pau da barraca e entregar a carta de demissão a Lula. De volta ao Senado, com mandato até 2030, o ministro pode fazer voo solo. Ou ocupar a cadeira de Alckmin, também pesebista, que ficaria com a cadeira Número 1.
Por essas e outras, antes de criticar a administração baiana, Dino correu para pedir as bênçãos ao padre Júlio Lancellotti.