Aliados ocidentais de Kiev em breve vão falar abertamente sobre a divisão da Ucrânia para acabar com as hostilidades no país, declarou o ex-alto diplomata e cientista político tcheco Petr Drulak em entrevista à Parlamentni listy.
“O cenário principal, baseado na realidade da situação, prevê que Kiev não controlará todos os territórios que fazem parte das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia. Aqueles que insistem nisso e o consideram a principal condição para a paz estão se iludindo. Aqueles que entendem que a Ucrânia será dividida e reduzida olham as coisas com sobriedade”, afirma Drulak.
Segundo ele, a Ucrânia, que tem perdido o apoio ocidental, continuará a se “desmoronar” no decorrer do conflito com a Rússia, se seus aliados não a forçarem a fazer concessões.
“O momento da verdade virá. Não sei quando isso acontecerá: em alguns meses, ainda este ano ou no próximo ano, mas é claro que isso acontecerá e que a Ucrânia não será preservada […]. É aí que o momento da verdade virá. Da mesma forma, em um determinado momento, o Ocidente abandonou o Afeganistão e, antes disso, o Iraque. Agora algo semelhante aguarda a Ucrânia”, concluiu Drulak.
Moscou manifestou repetidamente a sua disponibilidade para negociações de paz, mas as autoridades de Kiev proibiram a nível legislativo quaisquer negociações. O Kremlin também observou que na situação atual não há condições para a paz, e que alcançar os objetivos da operação especial continua sendo uma prioridade absoluta para Moscou. O presidente russo Vladimir Putin já destacou que Moscou nunca se opôs às negociações de paz, mas que o outro lado também deve se mostrar disponível, o que não vem acontecendo.