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Dirceu teme que Petrolão vire pá de cal e risque PT do mapa

O PT, após a crise do Petrolão, tem dois caminhos a seguir: ou muda a imagem de um partido corrupto, ou promove a auto extinção. Quem diz isso é José Dirceu, o mensaleiro, fundador do partido, ex-chefe da Casa Civil no primeiro governo de Luis Inácio Lula da Silva.

Para Dirceu, a Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras e seus braços no mundo político, poderá ser a “pá de cal” na imagem do PT se a sigla não reagir.

O ex-ministro tem dito a interlocutores que o partido precisa se defender melhor e reorganizar sua Executiva. Ele defende, contudo, que o presidente Rui Falcão continue à frente do partido, segundo versão apresentada pela Folha de S.Paulo.

Recentemente, um artigo publicado no blog de Dirceu criticava a política econômica adotada por Dilma Rousseff no segundo mandato, o que alimentou a especulação de que ele prepara uma volta à cena política no papel de oposição à presidente.

Amigos do ex-ministro pensam dessa maneira, embora o próprio Dirceu venha negando essa intenção “Eu tenho direito a dar minha opinião”, disse ele a um interlocutor em conversa recente. “Não estou fazendo política partidária nem criando nova tendência [no PT]. Muito menos fazendo oposição. Estou expressando minhas opiniões para quem as pede”, afirmou.

Dirceu estima passar a cumprir a pena em regime aberto neste ano. Até lá, ele não irá pedir a revisão criminal do julgamento do mensalão. Ele acalenta dois planos: casar-se com companheira Simone e publicar seu livro sobre a vida na prisão. A obra não será circunscrita ao tempo na Papuda. Irá incluir seu período preso sob a ditadura nos anos 60, e buscará falar sobre o sistema carcerário.

O ex-chefe da Casa Civil, condenado a 7 anos e 11 meses de cadeia, deixou a prisão em 2014. Sobre os tempos no cárcere, lembra momentos inusitados, como o dia em que desafiou João Paulo Cunha a matar um rato que circulava pelo pátio da Papuda.

Ex-presidente da Câmara condenado no mensalão, João Paulo rapidamente pegou uma vassoura e cumpriu a missão sem titubear. Para reduzir a pena, o ex-ministro da Casa Civil limpava o pátio da penitenciária e organizava a biblioteca do local. Leu 75 livros e fez resumos para provar a leitura.

 

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