Definitivamente, com a turma da direita não há negociação, embora todos, todos, sejam negociáveis. Eles se acham os maiorais, com expertise acima da média, mas não conseguem ser felizes. Derrotados, choram diariamente o fim do ódio derramado por um mito que eles criaram exclusivamente por conta da ausência de alguém que lhes falasse ao coração de forma menos bestial, algo do tipo eu e ela ou ela e eu. Como carioca criado com o leite das vacas do Chiquinho, saltando valas e jogando futebol descalço e em campos de saibro contra as sapatilhas dos perfumados filhinhos dos direitões, não tive tempo para me dedicar à adoração de homens. Para ter um vidinha feliz, sem necessidades e longe da suprema bajulação para ascender socialmente, nunca precisei me associar à esquerda, tampouco à direita para chegar onde queria. Cheguei com minhas próprias pernas e à custa de meus valores.
Para tristeza de meu (s) inquisidor (es), saí da periferia do Rio de Janeiro e cheguei ao centro do poder, acreditando piamente em um Ser poderoso e não em mitos forjados que transforma incautos em fanáticos, às vezes em marionetes sem nexo e sem rumo. Meu mundinho hoje não precisa mais de reparos. Aos interpeladores de plantão, afirmo que meu inconformismo se limita à imbecilidade dos que tentam “vender” uma inteligência que “compraram”, mas não sabem usar. Não se sustentam fora do habitat a que estão acostumados. Me acusam de não reconhecer que a direita é maior do que “os canhotos”. Nunca fiz esse tipo de conta, mas a obviedade da afirmação me obriga um questionamento: Se são tão grandes, por que perderam para os pequenos comandados por um líder que vocês chamam de ladrão? A outra dúvida é ainda mais simples: se o Brasil é de direita, por que a excessiva preocupação com Luiz Inácio? Vão perder a boquinha? Eu não tenho esse medo, pois, repito, não preciso da esquerda e nem da direita.
Calma! Procurem alguém menos despreparado do que Jair Messias e tentem de novo. Acho difícil, mas tentem. Quem sabe, o Deus que vocês carregam no bolso não os ajudam! A respeito da pergunta sobre aceitar corrupção de um e abominar a de outro, em minhas narrativas jamais disse que Lula é santo. O que sempre afirmei é que não há nenhuma pureza em Bolsonaro ou em seu entorno santificado. Os direitinhos da direita tiveram chance de fazer um governo para ficar na história. E sabe por que não conseguiram? Porque não são do ramo. Desde o berço, da caserna aos escritórios refrigerados, aprenderam a mandar com maestria, mas não leram a lição da execução. Têm todos a seus pés, mas não sabem o que fazer com as mãos. Lembram um idoso de 90 anos, acometido de Alzheimer, que não sabe como proceder após o efeito positivo de uma dose cavalar de Viagra.
Se são tão fortes, por que o chororô? Parem de se imaginar vencedores, superiores ou melhores do que os inteligentes. Como democrata cristão, reitero que não necessito da esquerda para me manifestar ou me insurgir contra um sistema mal conduzido como é o bolsonarismo. Se o que quer saber é em quem votei, respondo rápido: em Lula, porque Bolsonaro é uma invenção dos lordes que se escondem com medo do povo. É o grupelho que se constrói com base na força, no ódio e no preconceito. A primazia tem de ser de vocês. Só vocês querem ganhar. Perder não faz parte do dicionário dos fariseus. Reúnam os cacos, tentem se convencer que Bolsonaro é mais um zero entre os zeros com os quais identifica os filhos e ressurjam. Simples assim. Vale lembrar que, por culpa de meu (s) inquisidor (es), passei 25 anos sem votar. Por isso, me associei ao que havia de mais vanguardista na época: Paulo Brossard, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Severo Gomes, Fernando Henrique Cardoso e até Luiz Inácio, entre outros.
Não havia extremos, embora estes fossem considerados comunistas pelos riquinhos desconexos. Interessante é que os sem tutano eram alijados do processo e encostados no baixo clero, onde nasceu um tal mito de barro. Perdão pelo sincericídio, mas não foi o pessoal da esquerda que fez pouco caso da morte durante a pandemia. Também não foram os esquerdopatas fantasiados de patriotas que viraram as costas para a Seleção Brasileira apenas porque ela representa a gratuidade da alegria, coisa com a qual vocês, os doutores, não convivem. Se acostumaram a comprar paz e felicidade. Vivem da tragédia, da farsa e dos horrores do fascismo. Como defensor da democracia, poderia ser de direita, desde que tivesse conhecimento de um único feito em favor do povo. Considerando a desastrosa passagem do clã Bolsonaro pelo poder, dizer que derrotaram o Lula Ladrão em 2018 não vale mais. Sem emoções ou fanatismos, me digam qual é o legado de Jair Messias? Para quem teme um recolhimento futuro, parece que o período não foi um primor de lisura. Que o digam os beneficiários do orçamento secreto e das rachadinhas.
Por fim, afirmo a meu (s) indagador (es) que, na adolescência e juventude, fui rebelde com causa. Para ser firme, forte e com convicções de homem, não precisei fumar maconha, usar cabelos compridos ou brincar de bonecas. Confesso que cheirei, mas coisas muito mais gostosas e perfumadas do que cocaína. Quanto ao sexo, o meu nunca esteve aberto para ninguém. Nada contra quem fez desses conceitos um modo de vida. Quanto a informalidade do jovem de minha época, enquanto alguns debatiam o sexo dos anjos, eu lia textos de escritores e líderes interessantes para minha formação. Eis a razão pela qual incomodo os defensores da mediocridade. Sobre minhas três filhas, não interessa a ninguém como as criei. É uma questão interna corporis, mas são todas formadas e vencedoras. Aliás, não me interessa nada que venha desse povo que não admite o contraditório. Parafraseando Abraham Lincoln, 16º. presidente dos Estados Unidos, “é melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida”. Em outras palavras, meus caros fanáticos, vocês perderam. Porque não ganharam. Contra os fatos não há argumentos.