Ivan Castelli, anunciado como secretário de Saúde, desistiu do bisturi antes de ser oficializado no cargo. Neste sábado 3, foi a vez de Antônio Fúcio, nomeado na véspera diretor-geral do Detran pelo governador Rodrigo Rollemberg, ser exonerado.
Um atento observador do cenário político de Brasília chegou a arriscar um palpite: esse início conturbado pode prejudicar mais adiante a administração de Rollemberg. “Se mais manchas aparecerem associadas a indicados e empossados, a ação do governo pode ser questionada’, disse.
Ao recusar o cargo na véspera da posse, o ex-futuro secretário de Saúde justificou a desistência por ‘motivos de saúde’. No caso do diretor do Departamento de Trânsito, ele acumulou 50 multas no período de apenas um ano.
– Como pode um motorista relapso dirigir o Detran, se sequer consegue dirigir o próprio carro dentro da lei, ironizou uma autoridade ao comentar a exoneração.
“Abri mão para evitar constrangimento para o governo que estão começando, evitar um desgaste. Eu prezo muito mais pelo governo do que por essa questão individual”, afirmou Fúcio. As multas foram registradas nos anos de 2006 e 2007.
Ao ser informado sobre as infrações do diretor indicado, Rollemberg se disse surpreso e que desconhecia a situação. “Ele tem a nossa confiança, mas essa essa questão das multas ele tem que resolver. Ele está submetido a todas as questões legais como qualquer cidadão comum”, afirmou.
Fúcio recebeu as 50 multas, todas por excesso de velocidade. Ele entrou com ação na Justiça para reverter as infrações. Ele perdeu na primeira instância, recorreu e conseguiu anular parte das infrações.