Câmara esconde a tática do toma-lá-dá-cá e joga o povo contra Rollemberg
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A subjetividade pode ser encontrada largamente em campanhas publicitárias. É muito comum ao pensamento latino imaginar algo além daquilo que é apresentado ou proposto pelas peças e anúncios de instituições, empresas e produtos.
Ao contrário do anglo-saxão que tem a compreensão restrita ao que está vendo ou ouvindo – dizem que utilizam apenas o lado esquerdo do cérebro nesses casos -, o Brasil tem uma relação íntima com a subjetividade produzida pelos publicitários nacionais que são reconhecidos em todo o mundo.
Essa técnica consagrada de difundir ideias resvala no deboche, na crítica, no humor. Mas não só. Alguns grupos que exercem algum poder não poupam a oportunidade de atacar fazendo uso da ferramenta.
Agora a Câmara Legislativa do Distrito Federal deflagrou uma campanha que traz o título “A CÂMARA ESTÁ DO (sic) SEU LADO. SEMPRE”. Em seguida, um subtítulo como complemento: “NÃO APROVOU O AUMENTO DO IPTU, DA TLP E DA CIP”. E conclui: “Se não é bom para você, a Câmara não aprova.”
Um banner eletrônico com esse conteúdo pode ser encontrado em diversos blogs na internet. Mas onde está a subjetividade? Depende das reais intenções dos deputados distritais responsáveis por autorizar a campanha que ataca o Governo do Distrito Federal.
Mais que isso. Quando a CLDF fundamenta a desaprovação da correção dos impostos como um desejo da população, está utilizando verba publicitária para angariar votos. E só.
O assunto que deveria receber um tratamento mais sério é usado de forma demagógica. O GDF ainda não produziu a sua campanha-resposta que talvez venha com o título: “O GDF TENTOU, MAS A CÂMARA IMPEDIU A COMPRA DE REMÉDIOS E O PAGAMENTO DE SALÁRIOS”. E o subtítulo: “Se precisar de hospital, procure um distrital”.
No país da fantasia, produzir publicidade é mesmo uma festa para muitos setores. Quando essa ferramenta chega ao poder, que não mede despesas para criar factoides, que vença quem melhor conta meias verdades. Ainda que o texto não seja exatamente uma obra literária.
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