Passada a turbulência das eleições, o próximo passo para quem se reelegeu e os que conquistaram pela primeira vez uma cadeira de deputado distrital é pensar na presidência da Câmara Legislativa, que terá a partir do próximo ano bancadas pulverizadas.
É preciso entender primeiro que o Palácio do Buriti influencia efetivamente na escolha de quem preside a Câmara. Podemos citar como exemplo recente o PT, do candidato derrotado Agnelo Queiroz.
Nos quatro anos de governo, a legenda dirigiu a Casa pelos dois biênios, apesar de o PMDB exigir a cadeira mor para sentar seu representante, em um jogo de revezamento entre aliados.
Antes do dia 26 de outubro, há dois cenários para se visualizar. Na eventualidade de o candidato Rodrigo Rollemberg (PSB), ser o eleito, ele contará apenas quatro parlamentares da base. A vantagem é que o socialista tem um trânsito mais flexível entre os deputados eleitos e faz do diálogo uma palavra chave do seu vocabulário.
Situação um pouco mais complicada passaria o candidato Jofran Frejat (PR). Na coligação para a campanha, quatro partidos seguiram seus passos. Nas urnas, quatro distritais conseguiram ser eleitos. Os caciques do PMDB facilmente entrariam no barco de Frejat. Mas ele enfrentaria uma oposição já formada por quatros distritais do PT, adversário histórico do grupo de Joaquim Roriz e de José Roberto Arruda.
Embasado nos prognósticos que percorriam os corredores da Câmara Legislativa, Agaciel Maia (PTC) era um nome forte para assumir a presidência. Ele é, inclusive, vice-presidente na gestão de Wasny de Roure que se encerra em meados de janeiro, com a posse dos reeleitos e eleitos. Um ponto que pode pesar negativamente em sua escolha foi a votação aquém do que se esperava.
Outro candidato forte é Robério Negreiros, do PMDB. Ele desembarcou na atual legislatura como suplente, mas soube conquistar espaço na Casa com o comando de comissões e projetos bem fundamentados. Além disso, sempre teve uma postura de concliação quando os temas em discussão se vestiam de polêmicas. Há exceções, é verdade.
Mas no calor da disputa, da discussão, do voto em plenário, polêmicas e alteração do tom de voz costumam acontecer. Nada, porém, que respingue mágoas. A favor de Robério está a sua expressiva votação (quase 26 mil votos) e velhos aliados que podem compor com um nome de confiança.
Quem também aparece com força para concorrer ao cargo é o reeleito deputado Dr. Michel (PP). Seu mandato é definido como o de um parlamentar autêntico, que inspira confiança por palavras e gestos. Colado nele, devem ser respeitados os nomes de Joe Vale e Celina Leão, ambos do PDT. Não são marinheiros de primeiro mandato. E que podem, com o apoio do senador eleito Antônio Reguffe, colocar os nome não para uma mera apreciação, mas para uma vitoriosa eleição.
A verdade é que não será uma disputa fácil. Mesmo porque, pulverizados em quase duas dezenas de partidos, os novos e velhos deputados, num total de 24, terão seus ouvidos alugados por um bom tempo.E quer queiram, quer não, terá de se dar as mãos em blocos partidários. Justamente por isso, as conversas já começaram.
Veja a lista: Julio Cesar (PB), Robério Negreiros (PMDB), Professor Israel (PV), Dr. Michel (PP), Rodrigo Delmasso (PTN), Joe Vale (PDT), Sandra Farajat (SD), Wasny de Roure (PT), Rafael Prudente (PMDB), Chico Vigilante (PT), Liliane Roriz (PRTB), Juarezão (PRTB), Chico Leite (PT), Agaciel Maia (PTC), Cristiano Araújo (PTB), Ricardo Vale (PT), Bispo Renato (PR), Celina Leão (PDT), Reginaldo Veras (PDT), Lira (PHS), Telma Rufino (PPL), Wellington Luiz (PMDB), Raimundo Ribeiro (PSDB) e Luzia de Paula (PEN).
Elton Santos