A situação dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal voltou a dominar os debates no plenário da Câmara Legislativa nesta terça-feira (24). Vários parlamentares foram à tribuna para se solidarizarem com os servidores da educação e cobrarem esclarecimentos do GDF. Mais uma vez foi levantada a divergência entre os argumentos apresentados pelo atual governo e por ex-integrantes do governo anterior a respeito do quadro financeiro do Distrito Federal.
“Amanhã (quarta, 25) teremos a chance de saber quem fala a verdade, pois os secretários de Planejamento e da Fazenda virão à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças para discutirmos o relatório de gestão fiscal”, lembrou Agaciel Maia (PTC), referindo-se à reunião que acontecerá às 10h, na sala de reunião das comissões.
O deputado Prof. Israel Batista (PV) criticou o quadro da educação no DF. “Ontem deveria ter sido o dia mais importante do ano, o primeiro dia letivo. Porém, essa importante data foi ofuscada pela grave crise que estamos vivendo. Os alunos estão sem aula e os professores sem pagamento”, reclamou. O parlamentar também lamentou as consequências da falta de valorização dos professores: “Um professor endividado, mal vestido, que anda com carro velho e não tem dinheiro nem sequer para adquirir livros não é um modelo instigante para o aluno, ao contrário, muitas vezes é visto como um fracassado”.
Israel apontou ainda a falta de condições adequadas de trabalho. “É preciso falar a verdade: as escolas são feias, quentes e insalubres. Além disso, o professor tem que lidar com uma série de problemas familiares que são levados para a sala de aula”, disse.
Rodrigo Delmasso (PTN) defendeu aumentar os repasses de recursos federais para a educação do DF. “O Fundo Constitucional deveria financiar todo o sistema de educação do DF, afinal somos a capital do país”, afirmou. Já Wellington Luiz (PMDB) fez críticas à forma como o GDF vem lidando com a crise: “O governo não deveria ameaçar os servidores com pressões judiciais, mas sim chamá-los à mesa para negociar uma saída”.
Dr. Michel (PP) e Prof. Reginaldo Veras (PDT) pediram a convocação do secretário de Educação e do representante do sindicato da categoria para dar explicações sobre a crise aos parlamentares da Câmara Legislativa. Já Chico Vigilante (PT) voltou a afirmar que consta no Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIGGO) saldo positivo nas contas do governo. “Há R$ 981 milhões prontos para serem usados para quitar as dívidas com os trabalhadores”, garantiu.
Éder Wen