Mariana Alves, Edição
Transtornos alimentares prejudicam significativamente a saúde física e mental do indivíduo e, por esse motivo, precisa ser tratados o quanto antes. Tais distúrbios são caracterizados por comportamentos alimentares anormais ou exagerados, que comprometem a saúde do indivíduo e podem, inclusive, levar à morte se não forem tratados.
Como a maioria das pessoas camuflam a sua condição, a família e os amigos são essenciais no processo de identificação dos primeiros sintomas da doença.
A causa desses transtornos ainda é desconhecida, mas sabe-se que, surgem, normalmente, no final da adolescência ou no início da idade adulta, por isso estão listadas entre as doenças crônicas mais comuns durante a juventude, na maioria das vezes entre as mulheres.
A suspeita é que o aparecimento desses distúrbios se deva à pressão da sociedade, que considera a magreza como o padrão de beleza ideal. Além disso, problemas psicológicos, como baixa autoestima, perfeccionismo, transtornos de ansiedade e de obsessividade também podem ser um fator.
O diagnóstico inclui diversos exames, como o físico, os de sangue, de urina e a avaliação psicológica. Caso suspeite do comprometimento de outros órgãos, o médico pode solicitar outros exames complementares. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, normalmente composta por médico, profissional da saúde mental e nutricionista. Antidepressivos, sobretudo se usados juntamente com a psicoterapia, podem reduzir os sintomas.
Por isso, vale repetir: é vital que familiares e amigos estejam atentos aos sinais de alerta para que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível. Como são doenças crônicas, de difícil controle e que podem requerer tratamentos longos, a descoberta precoce e a busca por auxílio médico ajuda bastante no sucesso terapêutico.
Apesar de não serem únicos, a anorexia, bulimia e compulsão alimentar são os transtornos alimentares mais comuns. Entenda um pouco mais sobre esses distúrbios.
Anorexia – A anorexia caracteriza-se pela redução drástica da quantidade de alimentos ingeridos, não pela perda de apetite, e sim por uma recusa em se alimentar. Isso se dá devido à obsessão por emagrecer e ao medo mórbido de ganhar peso. E há, ainda, uma percepção distorcida do corpo: por mais que a pessoa esteja magra, continua se achando gorda. Portanto, os principais sinais de alerta são: obsessão pelo controle de peso, desculpas para não comer, ingestão apenas de frutas e legumes, agressividade e isolamento social, prática exagerada de exercícios, queda de cabelo e manchas nas unhas, interrupção da menstruação (nas mulheres) e perda da ereção (nos homens), perda do desejo sexual.
Bulimia – A bulimia é caracterizada por uma compulsão secreta por comer grandes quantidades de comida e, em seguida, livrar-se das calorias adquiridas. É a chamada “expurgação”. Isso normalmente é alcançado pela indução do vômito ou pelo uso de laxantes logo após a refeição. Os principais sinais de alerta são: cáries frequentes, uso excessivo de laxantes e diuréticos, alteração no horário das refeições e aumento do seu número (mas pode comer escondido), úlceras na parede do estômago, feridas nas mãos, agressividade e isolamento social, sintomas depressivos e ansiedade.
Compulsão Alimentar Periódica – A compulsão alimentar é quando a pessoa come grande quantidade de alimentos rapidamente, perde o controle e não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente “cheia” ou saciada. Ao contrário da bulimia, não induz vômito ou usa laxante depois como mecanismo de compensação. Mas, para que esse comportamento seja caracterizado como doença, deve ocorrer ao menos duas vezes por semana. Os principais sinais de alerta são: comer até se sentir cheio de maneira desconfortável, esconder hábitos alimentares por vergonha e comida para episódios de voracidade, ficar beliscando ou comer sem parar enquanto houver comida disponível, comer quando está sob pressão ou quando se sente psicologicamente diminuído.