Policial desastrado
Diz aí, Rollemberg. Quem pagará o pato será a professora?
Publicado
emJosiel Ferreira
O trânsito de Brasília – caótico e assassino – acaba de fazer mais uma vítima. Pretendeu o destino, porém, que provocasse apenas perdas materiais, além de arranhões em dois corpos. Mas nem por isso deixou de verter lágrimas e provocar dores.
O acidente foi na noite de sexta, 5, defronte ao Centro de Ensino Instei, na QNM 4. Vítimas de escoriações generalizadas foram duas. Vítima de perda material e moral, uma.
O policial militar Cláudio Pereira dos Santos, por enquanto definido supostamente como um mero desastrado, foi levado ao Hospital Regional de Ceilândia, após atropelar um ciclista e jogar a motocicleta que pilotava – uma Honda CB, da corporação a que pertence – contra um Fiat Pálio que estava estacionado.
O trabalhador Rodrigo José Morais Dantas, auxiliar-de-almoxarifado que usa sua bicicleta como meio de transporte, foi atingido pela Honda de propriedade da Polícia Militar do Distrito Federal, atendido no local por uma equipe do Samu, e liberado. Para ele sobraram um ou outro curativo e dores pelo corpo.
Quem padece de dor maior, porém, é a professora Alessandra Ribeiro Rios.
Assalariada que come o pão que o Diabo amassou por conta da profissão, Alessandra saiu transtornada do acidente. Afinal, o carro de propriedade dela não tem seguro – como tê-lo, com o salário que recebe? – e teme, consequentemente, arcar com os prejuízos.
A preocupação dela se justifica. Mesmo porque, desabafou Alessadra, se o governo que se instalou no Palácio do Buriti em 1º de janeiro de 2015 não paga nem promessa a santo, como vai pagar danos morais e materiais provocados por um servidor desse mesmo governo que deveria zelar pela segurança e integridade dos bens da sociedade?
– Desta vez não vou pagar o pato. O governador que me desculpe, mas a culpa, e qualquer perícia vai atestar isso, foi do PM. Representante do governo. E cabe a Rollemberg, portanto, responder por isso, sentencia a professora.