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Do gramado às ruas da capital, Roma viveu uma noite histórica

Foto: Lluis Gene

Ruas repletas de carros buzinando, bandeiras espalhadas pela cidade, torcedores eufóricos e o presidente mergulhando numa fonte da Piazza del Popolo: Roma viveu noite louca após a classificação da equipe local, que virou a eliminatória de quartas de final da Liga dos Campeões contra o Barcelona.

A Roma não chegava às semifinais da competição desde 1984, quando disputou e perdeu em casa a final da extinta Copa da Europa contra o Liverpool, um dos possíveis rivais na semifinal.

Muitos dos torcedores foram festejar a classificação no centro de treinamento da equipe, cerca de 30 km do estádio Olímpico, ou nos bairros populares de Garbatella e Testaccio, dois dos bastiões históricos de Roma.

O presidente do clube, o americano James Pallotta, precisará pagar multa por mergulhar em uma histórica fonte de água da capital italiana, já que o gesto está proibido na cidade. Mas os policiais fizeram vista grossa na terça-feira.

A loucura já tinha iniciado no estádio, com os próprios jornalistas se abraçando de maneira entusiasmada e com Manolas, autor do último gol, em lágrimas.

“Um louco” – “Eu sou um louco”, resumiu o técnico Eusebio Di Francesco para explicar o 3-4-3 e a pressão infernal que paralisou o Barça.

Mas seu discurso posterior diminuir a euforia: “não devemos nos conformar”, insistiu como já havia feito ao se classificar para as quartas de final. Ex-jogador da Roma, Di Francesco sabe que o clube não tem tradições de muitos títulos (apenas três conquistas do Campeonato Italiano em quase 100 anos de história).

“Precisamos mirar em Kiev. Por que não acreditar em algo ainda maior depois de um jogo assim?”, afirmou.

A Roma, quarta colocada da Serie A, tem prejuízos econômicos milionário a cada ano, sofre sanções pelo fair-play financeiro e a cada janela de transferências se vê obrigada a vender os principais jogadores, como Rüdiger ou Salah.

“Uma brincadeira” – Com esses dados, e com a necessidade de virar com três gols de diferença, poucos acreditavam no sucesso da Roma.

“Me disseram quando acabou o jogo, mas realmente pensei que era uma brincadeira”, reconheceu o técnico do Liverpool, Jurgen Klopp. “Não é que não respeite a Roma, pelo contrário. Perderam Salah e estão nas semifinais”, acrescentou o alemão.

O sucesso não compensará a não classificação da Itália para a Copa do Mundo, mas de alguma maneira alivia o futebol do país e devolve crédito ao treinador da Roma e vários de seus jogadores.

É o caso de Dzeko, que esteve perto de deixar a equipe para assinar com o Chelsea, do capitão De Rossi e de Manolas, autor do gol decisivo. “Uns extra-terrestres, todos de 10”, resumiu o jornal Corriere dello Sport, que deu nota máxima a todos jogadores da Roma.

“Imperiais”, “Romantada”, colocaram em suas manchetes outros jornais italianos sobre uma noite que não será esquecida.

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