Façam suas apostas
Do luxo do lixo escaparão pérolas entre os distritais
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emA mais recente enquete de Notibras, considerada por especialistas uma ferramenta eletrônica confiável – ela bloqueia mecanismos automáticos de votação – e que tem revelado cenários políticos curiosos, perguntou aos internautas quais os 10 (40%) dos atuais 24 deputados distritais estariam eleitos, caso as eleições fossem hoje.
A enquete está no ar há quatro dias. O resultado é o seguinte, após mais de 2 mil votos:
1. Wasny de Roure (16%) – já presidiu a CLDF, é um dos nomes mais respeitados da casa, comunista socialista petista que não faz parte da bancada evangélica, embora evangélico confesso, candidato há muitos anos a uma cadeira no Tribunal de Contas do DF. Está no seu quarto mandato como deputado distrital e sua biografia não aponta deslizes. Perguntado se receberá um cartão de Natal de Nicolás Maduro, preferiu não responder;
2. Rafael Prudente (16%) – vem contrariando a máxima de que “filho de peixinho, peixinho é”, quando jamais foi flagrado com garoupas na cueca e meias, como seu criador, o ex-deputado Leonardo Prudente, pai acusado pelo Ministério Público, em 2010, de participar do Mensalão do DEM. Filho pródigo…;
3. Sandra Faraj (10%) – a taguatinguense – enfim, uma autêntica representante candanga – parece ter consolidado sua liderança no meio religioso. Ainda aparece bem posicionada na lista “top ten” na avaliação dos internautas. Sobrevive à acusação de um suposto calote que deu de mais de 100 mil reais em um fornecedor, cuja investigação é bisbilhotada por adversários, mas que os otimistas acreditam ter sido a verba dedicada a fieis necessitados, em forma de cestas. Básicas, claro!;
4. Raimundo Ribeiro (9%) – piracuruquense de uma família municipal do Piauí com cerca de 27 mil irmãos, número aparentemente suficiente para reelegê-lo pela terceira vez deputado distrital, caso transfiram seus títulos para o Distrito Federal. Dono de uma boa conversa, o advogado RR está procurando um partido político para chamar de seu. Especialmente agora, sem Luciano Huck;
5. Wellington Luiz (7%) – o segundo brasiliense, pela ordem, e mais ilustre representante dos policiais civis a ocupar uma cadeira na CLDF. Embora seus pares estejam permanentemente em greve, ele não erra o alvo fora dos perímetros das delegacias. Discreto, escapou da lista dos excluídos em 2018, apesar de sua aprovação de um só dígito;
6. Cláudio Abrantes (6%) – Êita, Catolé do Rocha, cidade paraibana abençoada que mandou um representante pro Morro da Capelinha. Aliás, ele não é simplesmente um representante divino. Ele é o próprio milagre, segundo os anjos eleitorais. Para os internautas, está reeleito, desde que se afaste de Dalila;
7. Liliane Roriz (6%) – a derradeira representante do clã que por duas décadas e meia governou o Distrito Federal, ao contrário do que pensam os incautos, tem chance de manter sua cadeira por mais quatro anos. Sobrevivente de um bombardeio jurídico que caiu sobre sua família, outro que ela própria disparou sobre os integrantes da CLDF, vive o fogo contra fogo. Sua arma secreta será revelada nas urnas;
8. Chico Vigilante (3%) – representante da hegemonia nordestina no Planalto Central, o maranhense de Vitorino Freire está de olho na portaria do Legislativo. Jura que não deixa ninguém entrar sem o cara-crachá. Vamos conferir;
9. Chico Leite (3%) – um dos mais bem preparados e eternos pré-candidatos ao Senado, teve como algoz durante muitos anos o seu próprio partido, o PT. Um cearense que não faz piada com coisa séria, além de procurador, parece que soube achar o caminho para honrar sua terra natal que é Milagres. Se assim for, sua cadeira estará disponível para novos candidatos distritais;
10. Joe Valle (3%) – o último na lista “top ten” plantou tanto que viu um horizonte se abrir para seu desejo de ocupar o Palácio do Buriti. Deixará a principal cadeira do Legislativo local para concorrer a uma teta da loba. Ele é um ótimo representante de Caicó, RN, e como filho ilustre daquelas bandas, será coroado por aqui caso tenha êxito. Deixa mais um lugar vago para quem quiser enfrentar os remanescentes distritais em 2018.
Os demais não precisam chorar de véspera. É que as composições partidárias estão longe de acontecer. Então, pela ordem, Professor Israel (2%, 50 Votos), Ricardo Vale (2%, 47 Votos), Reginaldo Veras (2%, 42 Votos), Juarezão (2%, 38 Votos), Robério Negreiros (2%, 37 Votos), Celina Leão (2%, 35 Votos), Telma Rufino (2%, 34 Votos), Lira (1%, 31 Votos), Julio César (1%, 30 Votos), Luzia de Paula (1%, 28 Votos), Bispo Renato (1%, 25 Votos), Rodrigo Delmasso (1%, 22 Votos), Agaciel Maia (1%, 17 Votos) e Cristiano Araújo (1%, 15 Votos) sabem melhor do que os eleitores onde pisam.
Nada é previsível em uma eleição distrital, além do fato de que esta ordem certamente não será aquela das urnas. Mas previsões de renovação não costumam falhar. Além de 60% das vagas – 14 cadeiras –, acrescidas daquelas deixadas por parlamentares que disputarão outros cargos, pode ser animadora a perspectiva para novatos.
É bom conferir o perfil médio dos ocupantes atuais da CLDF, onde tem de tudo, mas pode ainda estar faltando algo. Algo mais, com certeza, é o que não existe por lá.