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Doença arterial periférica. Se cuidar fazendo consultas, pode até evitar um enfarte

Alana Gandra

No Dia Nacional de Combate à Doença Arterial Vascular Periférica, comemorado nesta quinta (14), o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Ivanésio Merlo, alertou para a importância de se fazer uma avaliação clínica regular para prevenir esse tipo de doença que leva à obstrução das artérias dos membros inferiores e, se não cuidada devidamente, pode causar infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e até amputação.

“Com as artérias que levam sangue para as pernas afetadas, o membro ou musculatura não têm a quantidade de irrigação necessária e você pode ter sintomas que vão desde claudicação intermitente, que é dor quando caminha e obriga a pessoa a parar até, às vezes, gangrena, necrose de extremidades”. Isso é mais frequente em diabéticos e pessoas idosas.

Uma fase mais avançada da doença arterial vascular periférica é quando a pessoa começa a sentir dor nos membros, mesmo em repouso. Frialdade nas pernas, caimbras, formigamento, dormências podem sinalizar que algo está errado na circulação da pessoa. “Se você não trata, aquilo vai agravando até chegar à dor em repouso e evoluir para uma gangrena, necrose”.

É possível haver também doença obstrutiva dos vasos, como a aorta abdominal, e das artérias ilíacas, renais, digestivas e coronárias. A aterosclerose, caracterizada pela dificuldade de passagem de sangue devido à presença de placas de gordura na parede das artérias, é a causa mais comum da doença vascular arterial periférica. Os sintomas da doença são percebidos quando a pessoa está em movimento.

Derrame – Merlo advertiu que a aterosclerose nas artérias carótidas, que levam o sangue para o cérebro, pode provocar um derrame cerebral. “Isso poderia ser corrigido se o paciente tivesse feito um check-up vascular”, disse. A aterosclerose é estimulada pelo cigarro. “Quem fuma tem uma chance muito maior [de obstrução de artérias]; se for diabético, então, a chance é enorme, porque vai potencializar. Por isso, se recomenda à pessoa se afastar do cigarro”.

Segundo o médico, a prevenção é importante. “Se a pessoa puder fazer o controle do seu colesterol, não fumar, fizer uma dieta alimentar livre de gordura, vai ter uma qualidade de vida melhor. Uma pessoa que fuma, que bebe muito, que não tem atividade física, essa tem chance enorme de evoluir para esses problemas todos”.

A doença arterial vascular periférica atinge a população brasileira de forma abrangente, disse o presidente da SBACV, especialmente a população adulta acima de 40 anos.

“Na verdade, é o grande envelhecimento da gente”. Os médicos especialistas costumam dizer que “o homem tem a idade da idade de suas artérias”. Isso significa que um homem idoso, cujas artérias são sadias, tem uma qualidade de vida ótima.

“Ele não tem doença coronária, não tem doença renal, doença obstrutiva periférica. É um sujeito sadio”. Já uma pessoa mais jovem, que esteja com 50 ou 60 anos, mas que apresente as artérias entupidas, “é um sujeito muito mais velho do que outro de 80 anos que não tem nada disso”.

Agência Brasil

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