Ao menos dois milhões de motivos começaram a balançar os alicerces das relações entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa. O pivô da crise, que levou ao rompimento da presidente da Câmara Legislativa Celina Leão (PDT) com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em um processo deflagrado nesta terça-feira 2, atende pelo nome de BMG.
A briga por cargos (como a existência de mais de 100 petistas alojados na governadoria) serve como pretexto apenas para o público externo. O fio da meada é comprido. E em sua ponta vai aparecer a perigosa relação de um suposto Caixa 2 das eleições de Rollemberg, Celina e aliados próximos. Um dos lados deixou de fazer o dever de casa, abrindo espaço para que uma pedra se alojasse no sapato da aliança.
A contabilidade agora é sobre as doações de campanha encaminhadas pelo empresário Silvio de Assis, representante do BMG em Brasília. A questão vem sendo tratada pelo Ministério Público Eleitoral em sigilo absoluto.
A decisão de ruptura de Celina Leão deixou a cúpula do Palácio do Buriti em Alvoroço. Se sobreviver à tempestade, Rollemberg não terá outra saída, que não seja a de romper velhos laços com Belo Horizonte. A começar com o cartão vermelho para seu secretário de Fazenda Leonardo Colombini.
José Seabra e Elton Santos