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Dom e Bruno morreram porque fizeram denúncia, diz Bolsonaro

Assassinados, esquartejados e jogados em uma vala. Esse foi o fim trágico do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, que estavam desaparecidos desde a semana passada na Amazônia.

A crueldade e frieza dos assassinatos foram reveladas à polícia federal por um dos suspeitos presos nesta quarta, 15, por uma equipe da Polícia Federal. O motivo da barbárie: as duas vítimas denunciavam crimes de desmatamento, caça e garimpo ilegais em terras indígena.

O depoimento foi prestado por Amarildo Oliveira da Costa, conhecido como Pelado. Ele confessou ter participado do assassinato. A dupla estava desaparecida na Amazônia desde último dia 5.

Aos policiais federais, Pelado afirmou, no entanto, que uma outra pessoa foi a responsável por atirar em Pereira e Phillips. O suspeito disse ainda que sua participação foi apenas no momento em que ajudou a enterrar os dois. Ele também contou que os corpos foram esquartejados e incinerados.

O suspeito foi questionado sobre a motivação do crime: denúncias sobre pesca, garimpo e desmatamento ilegais na região.

Segundo o réu confesso, ele teria ouvido tiros enquanto cuidava de um barco numa região conhecida como Lago Preguiça, no dia 5 de junho. A data bate com a do desaparecimento das vítimas. Uma equipe da PF foi ao local indicado para tentar localizar os corpos.

Na terça-feira (14) a Polícia Federal prendeu Oseney da Costa Oliveira, 41 anos, por supostamente estar envolvido no caso. Ele é irmão de Amarildo da Costa de Oliveira, também de 41 anos, preso no dia 8, também por suspeita de estar ligado ao desaparecimento da dupla. As equipes de investigação encontraram sangue e vestígios que seriam humanos em sua embarcação.

A confirmação das mortes teve o efeito de uma bomba em todo o mundo. Para piorar, o presidente Jair Bolsonaro, ao invés de prestar condolências aos parentes das vítimas, disse que Dom e Bruno eram ‘mal vistos’ na região.

O inglês, em particular, enfatizou o presidente, “fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental. Então, naquela região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Deveria ter segurança mais que redobrada consigo próprio”, afirmou.

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