Cláudio Coletti
A atenção dos brasileiros estará voltada no domingo (13), para as manifestações de ruas programadas para as capitais e as maiores cidades do país. O objetivo é tentar afastar Dilma Rousseff da presidência da República.
O Brasil está mergulhado numa das mais agudas crises políticas e econômicas da sua história. O país está quase parando em todas suas atividades. Não há sinais de luz no horizonte. Está generalizada a insatisfação da sociedade brasileira.
O tamanho e a repercussão do evento programado nacionalmente para amanhã poderão determinar os rumos da crise política, que pune o país desde a instalação do segundo mandato da atual presidente.
Se alcançar o sucesso esperado pelos partidos da oposição, o processo de impeachment da presidente Dilma ganhará uma nova dimensão. Será tocado para frente a todo vapor. Portanto, essa adesão será o termômetro sobre a posição do eleitorado.
Com o governo fragilizado, sem apoio político e popular, com a economia no fundo do poço, a presidente Dilma terá que se desdobrar para evitar o seu afastamento do Palácio do Planalto. E certamente terá ao seu lado o ex-presidente Lula e o PT, para levar esse confronto para as ruas, criando no país um clima de hostilidade e instabilidade.
Pegando o bonde – Outra grande preocupação da presidente Dilma é com a convenção nacional do PMDB, que acontece neste sábado, aqui em Brasília.
O temor é que se torne vitoriosa a proposta de um grupo de peemedebistas no sentido do partido se afastar imediatamente do governo e romper seu relacionamento com o PT. Isto ocorrendo, dificilmente a presidente Dilma conseguirá evitar o aceleramento do processo do seu impeachment. Na convenção, o vice-presidente Michel Temer será reeleito mais uma vez presidente nacional da PMDB, cargo que ocupa desde 2002.
Dentro desse clima, registramos que a Operação Lava-Jato veio para ficar. Não haverá mais retorno. Pela sua ação coercitiva em relação ao todo poderoso ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, a Lava- Jato demostrou ao país que não existem mais os “intocáveis”.
Pau de Chico e Francisco – Lula terá que explicar suas relações intrincadas com os empreiteiros, inclusive, alguns já condenados pelo juiz federal Sergio Moro. Existem indícios fortes de que o ex-presidente recebeu R$ 30 milhões dos empreiteiros, por baixo do pano.
Acusado também de se beneficiar das roubalheiras na Petrobras, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha virou réu, no Supremo Tribunal Federal. Assim, poderá ali ser punido com a detenção de muitos anos, como aconteceu com os 24 réus envolvidos no processo do mensalão do PT.
A população percebeu que o pau que bate em Chico também bate em Francisco. A operação Lava-Jato, até o momento, tem demostrado que ninguém está acima da lei. Impõe-se que nossas instituições continuem aceitando o tranco.