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Dormiu mal e ficou cansado? É a apneia incomodando

Nair Assad, Edição

O termo “apneia” quer dizer “parada da respiração”. Sendo assim, apneia do sono caracteriza o distúrbio no qual o indivíduo é acometido por frequentes e rápidas interrupções na respiração enquanto dorme. A cada apneia se dá uma brusca diminuição da oxigenação do sangue.

Com o objetivo de prevenir o óbito por asfixia, o organismo sinaliza para o cérebro até que a pessoa acorde e a garganta seja desobstruída. Por consequência, ocorre um despertar muito breve, do qual a pessoa não se lembra no outro dia.

Em quadros extremos, esse fenômeno pode se repetir até 1000 vezes em uma mesma noite de sono. Cabe destacar ainda que cada micro despertar produz uma descarga aguda de adrenalina, entre outros hormônios de estresse.

Tais picos, associados com uma menor oxigenação sanguínea, podem levar a arritmias cardíacas, AVC (acidentes vasculares cerebrais) e infarto de miocárdio durante o sono. Quando não controlada, a apneia do sono causa ou piora condições como hipertensão, diabetes, obesidade e insuficiências cardíacas, por exemplo.

Qualidade de vida – Acredita-se que até 90% das pessoas que sofrem de apneia do sono não foram diagnosticadas. Da mesma forma, os especialistas estimam que 9% dos homens e 4% das mulheres adultas tenham essa doença.

Por se referir a um problema reconhecido apenas recentemente, os seus efeitos no dia a dia do paciente são bastante significativos. De acordo médicos especializados, sem o acompanhamento profissional, a apneia compromete a qualidade de vida.

Não dormir bem gera irritabilidade e dificuldade de concentração, o que se reflete tanto no desempenho profissional quanto nas relações pessoais. Afinal, o despertar de quem tem apneia, por mais curto que seja, interfere no sono do parceiro também.

Durante o sono, a enfermidade leva ao ronco e às paradas respiratórias muito longas, com um tipo de explosão no retorno da respiração. Algumas pessoas levantam várias vezes para ir ao banheiro e apresentam sudorese excessiva. Pela manhã, os pacientes podem acordar com dores de cabeça. A notícia positiva é que esse cenário pode ser melhorado consideravelmente com as orientações e tratamentos corretos.

Não é normal já acordar cansado, pois o sono sem interrupções deve ser reparador. Portanto, se você acredita que a qualidade do seu sono não está boa, é importante falar com um especialista em medicina do sono e identificar a origem dessa dificuldade, advertem os médicos.

Existem exames desenvolvidos especialmente para confirmar o diagnóstico de apneia em clínicas ou mesmo em casa, como a polissonografia. A partir da avaliação, é possível buscar as medidas mais adequadas, que vão desde de uso de placas orais para ronco e apneia até procedimentos cirúrgicos.

As ações precisam ser combinadas com uma chamada “higiene do sono”, que envolve evitar o excesso de álcool e cafeína, a prática de atividades físicas e a manutenção de um peso saudável. Como resultado, o bem-estar do paciente se beneficia por completo.

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