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Cai cai balão vira história de assalto a banco

Se tem uma coisa que adoro fazer em Porto Alegre é jogar conversa fora com o meu grande amigo Marcio Petracco. Fazemos aniversário quase na mesma data, sendo que sou mais velho que ele exatamente um ano e um dia. No entanto, quando falo sobre algo da minha infância, o Marcio sempre gosta de falar: “Ah, isso é da sua época!”

Uma das características mais marcantes no meu amigo é o seu aparente estado de desligamento total, apesar de ser um cara muito antenado. Explico! Não é raro ele me falar para eu ir a algum evento e, quando eu lhe pergunto quando vai ser, ele me olha com aqueles olhos enormes, torce os lábios e me manda essa: “Dudu, sei lá! Você é muito ligado a datas!”

Uma mania do Marcio é fazer fogueira. Ele, que mora em casa, sempre faz um foguinho e curte a beleza das chamas madrugada adentro. Por causa disso, falei para ele que iria lhe dar o pouco de lenha que tenho, mesmo porque não possuo lareira e moro em apartamento.

– Dudu, você não gosta de fazer um foguinho de vez em quando?

– Botar fogo onde, Marcio? Moro em apartamento.

– Não sabia que você era vegano.

-Vegano? Eu? Não. Por quê?

– É que vegano não gosta de fogueira.

-O que isso tem a ver?

– É que fogueira é um passo pro churrasco.

O papo estava ótimo. Minha barriga estava doendo de tanto rir das tiradas do meu amigo. Todavia, a hora de voltar para casa havia chegado, já que o Chengulo, o meu buldogue, começou a cutucar minha canela com o focinho. Entretanto, antes da despedida, eis que o Marcio me lança uma proposta indecente.

– Dudu, que tal fazermos umas coisas proibidas de vez em quando?

– Tipo assaltar um banco?

– Bueno, pensei em algo menos drástico, como soltar balão. Mas pode ser.

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