Dispostos a voltar a desfrutar dos benefícios de morar em São Paulo, um casal em torno dos 60 anos decidiu se dividir entre duas moradas: uma espaçosa casa na Granja Viana e um apartamento de 55 m², na Vila Olímpia, próximo ao aeroporto de Congonhas. “Ele é belga, ela brasileira. É um casal cosmopolita, moraram em diversas partes do mundo e quando decidiram ter um segundo lar, queriam aproveitar ao máximo as facilidades da cidade e estar perto do aeroporto, pois recebem com frequência a visita do neto e da filha, que moram em Brasília”, diz a arquiteta Juliana Bertolucci , sócia do Atelier Bam, que assina o projeto de interiores.
Localizado no 23º andar, o apartamento oferecia uma vista privilegiada da cidade. Porém, em seus interiores, apresentava alguns desafios. A planta, por exemplo, era muito compartimentada e pouco adequada ao que os novos moradores queriam. “Eles são práticos e gostariam de ter tudo mais integrado. Por isso, derrubamos as paredes de drywall, integramos a varanda e a sala e transformamos os dois quartos em um maior”, explica a profissional.
Devido às dimensões enxutas do imóvel, foi necessário um cuidadoso estudo dos espaços não só para melhor aproveitá-los, mas também para dar destaque ao acervo de móveis e acessórios do casal, que conta com peças assinadas pelo próprio Atelier. Nesse sentido, o cinza ganhou bastante espaço, assim como as paredes brancas, por destacarem as escolhas feitas nos interiores. Tal qual o piso de porcelanato, que imita cimento queimado, e contrasta com a marcenaria sob medida, usada em abundância em contraponto aos tons neutros.
“A cozinha, por exemplo, é bem discreta. Os equipamentos maiores, como geladeira e a máquina lava-louças, ficam escondidos na marcenaria sob medida. Outro ponto que facilitou é que a moradora não fazia questão de ter um fogão convencional. Ela usa um portátil porque cozinha pouco”, explica Juliana.
Para reforçar a atmosfera moderna, o metal aparece em muitos ambientes. Caso do cobre, mas também do latão, utilizado para fazer os pés das mesinhas dispostas no living, assim como nas luminárias originais da marca Bertolucci, desenhadas por Juliana. “A moradora tem bom gosto e ajudou na escolha. Para realçar as paredes da sala, usamos telas do fotógrafo Antonio Schubert, enquanto, sobre o sofá, almofadas em tons de verde complementam o conjunto.”
Os acabamentos, tanto do quarto quanto do lavabo e banheiro, exploram a neutralidade combinada com luminárias pendentes. Já na varanda, local preferido do casal, a ideia de ter duas poltronas foi abortada. O espaço ganhou apenas uma, mas confortável o suficiente para relaxar vendo a vista e na presença de muitas plantas. “Ela (moradora) ama contemplar a vista e, por isso, criamos um espaço muito acolhedor para que ela faça isso com conforto, iluminação e em meio a muitas plantas, o que a faz lembrar da casa da Granja Viana”, finaliza.