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Dudu, 22 anos, via eutanásia, vai fazer companhia a Dengo, morto há um mês no Zoo

Thiago Marcolini

Nascido em 2 de maio de 1994 e criado na Fundação Jardim Zoológico de Brasília, morreu nessa quarta-feira (8), aos 22 anos, o leão Dudu. O animal apresentava problemas de locomoção, de visão, nas funções hepáticas, de incontinência urinária, de mastigação, além de ter momentos de inconsciência.

Por unanimidade da diretoria e do corpo técnico da entidade, formado por veterinários e biólogos da curadoria de mamíferos, ficou decidida a eutanásia. Segundo os veterinários, Dudu apresentou agravamento do quadro clínico geral em maio e, em especial, nesta semana.

O laudo da necropsia, finalizado na noite de ontem, indica que o felino apresentava enfisema pulmonar, cálculo na vesícula e nódulos no fígado.

De acordo com os veterinários do zoo, Dudu não poderia ser levado para a natureza assim que nasceu por conta do contato imediato com tratadores. Isso acostuma o bicho ao convívio de humanos e os torna dependentes dos homens para sobreviver.

Graças aos cuidados dos funcionários, o leão viveu quatro anos a mais do que a expectativa de vida em cativeiro, que é de 18 anos. Se considerado o tempo de vida na natureza, superou em quase 10 anos – a espécie vive em média 14 anos. Desde a primeira semana de junho, Dudu estava fora da exposição e vivendo em um espaço especial para tratamento.

Problemas de saúde – Os primeiros sinais da idade avançada apareceram ainda em 2014. A dificuldade em se locomover, causada pela artrite e pela artrose, chamou a atenção dos veterinários. A partir de então, a vida de Dudu precisou ser acompanhada com mais atenção e o tratamento diário sofreu adequação. A alimentação passou a ser mais balanceada e ele começou a tomar anti-inflamatórios e antibióticos para as articulações.

Dudu vivia em um espaço de 800 metros quadrados, com pontos de sombra e sol, vegetação e área coberta para se proteger das chuvas. Há cerca de dois meses, no entanto, o zoológico decidiu reduzir a área de vivência do bicho. Um cercado foi construído para monitorar melhor as atividades do animal e evitar que ele caísse nas rampas do local.

O diagnóstico será feito por médicos veterinários do Hospital Veterinário de Brasília, e o laudo técnico da morte do leão deve sair em sete dias úteis. O zoológico pretende empalhá-lo para ser exposto no parque.

Há cerca de um mês, em 11 de maio, Dudu começou tratamento de acupuntura para aliviar dores na articulação e melhorar a locomoção. A técnica também tinha efeitos coadjuvantes de melhora nas funções hepáticas. O leão era atendido por uma veterinária todas as quartas-feiras, em parceria da Fundação Zoológico de Brasília com uma empresa privada que presta o serviço.

Aniversário – Dudu era um dos mais queridos animais do zoológico. No aniversário de 2016, os funcionários prepararam uma comemoração especial. Um bolo de carne em formato de coração foi preparado especialmente para o leão e todos deram um abraço coletivo em volta do recinto onde ele vivia. A celebração foi na hora de abertura do parque e o público acompanhou a festa preparada para Dudu.

Leão Dengo – Em maio, outro leão morreu no Zoológico de Brasília, o Dengo. Vítima da aids felina, viveu durante 16 anos e havia chegado à capital federal em 21 de julho de 2011 com problemas de desenvolvimento causados por má alimentação e por falta de qualidade no confinamento anterior em um circo. Por conta dos cuidados especiais da equipe do zoo, também superou a expectativa de vida da espécie.

Agência Brasília

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