Depois de quatro jogos e quatro vitórias no retorno à Seleção Brasileira, Dunga voltou a convocar o selecionado nacional, desta vez para os últimos amistosos da equipe em 2014. Nesta quinta-feira, o treinador anunciou a lista dos 23 convocados para os confrontos contra Turquia (dia 12 de novembro, em Istambul) e Áustria (18 de novembro, em Viena) e revelou algumas novidades.
A primeira delas foi quanto ao critério de convocação: para evitar desfalques nos clubes em reta final da temporada, não chamou nenhum atleta que joga no futebol brasileiro. Assim, anunciou somente nomes do futebol europeu e acabou chamando alguns atletas que não vinham tendo oportunidades na Seleção Brasileira, como Lucas, Casemiro, Luiz Adriano, Douglas Costa, Roberto Firmino, Neto e Diego Alves.
Antes mesmo de Dunga ler os nomes dos jogadores convocados, o presidente da CBF, José Maria Marin, pediu a palavra e fez um pronunciamento. Em tom misterioso, esta fala serviu para antecipar a novidade que seria confirmada minutos depois: nenhum atleta que joga no Brasil seria convocado. Se fossem, eles desfalcariam suas equipes nas 34ª e 35ª rodada do Campeonato Brasileiro além de serem baixas no jogo de ida da final da Copa do Brasil.
“Solicitamos ao Dunga e ao Gilmar que estudassem a melhor maneira possível conciliar as necessidades da seleção com os clubes que disputam os diversos campeonatos em andamento. Agradeço a colaboração dos dirigentes e técnicos do Brasil, que têm trocado ideias e sugestões com o Gilmar e Dunga”, afirmou Marin.
“Nós sempre pensamos nos clubes, mas precisamos analisar cada momento. Mantivemos contato com vários treinadores e dirigentes, como Levir Culpi, Marcelo Oliveira e Fábio Koff. Chegou o momento de abrir mão de quem está aqui no Brasil e dar uma oportunidade a quem está lá fora. Era o momento oportuno de cada um ceder um pouco”, acrescentou Dunga, que ainda foi endossado pelo coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi. Ele, aliás, revelou o nome do auxiliar assistente pontual para os próximos amistosos: será o ex-zagueiro Oscar Bernardi, que brilhou por Ponte Preta e São Paulo entre as décadas de 70 e 80 e disputou as Copas do Mundo de 1978, 1982 e 1986.
A partir daí, quando Dunga começou a anunciar os nomes dos jogadores convocados, as surpresas só aumentaram: nenhum jogador que atua no Brasil foi chamado e, assim, houve espaço para novidades. A principal delas foi Lucas, que perdeu espaço ainda sob o comando de Luiz Felipe Scolari, não disputou a Copa do Mundo e foi lembrado pela última vez em setembro do ano passado, quando ficou no banco de reservas contra a Coreia do Sul e jogou apenas o primeiro tempo diante da Zâmbia.
Outro nome que também surpreendeu foi o de Casemiro. O ex-volante do São Paulo e do Real Madrid é titular no Porto e vem agradando a torcida portuguesa em seus primeiros meses no novo país. Ele ocupará a vaga que naturalmente seria de Elias. Também houve espaço para as convocações de Douglas Costa e Luiz Adriano, companheiros de ataque no Shakhtar Donetsk.
Por fim, porém, o nome mais inesperado foi o de Roberto Firmino, jovem atacante de 23 anos que foi revelado pelo Figueirense em 2009 e que, dois anos depois, transferiu-se para o Hoffenheim, da Alemanha. Habilidoso, o canhoto veste a camisa 10 da equipe europeia e, no ano passado, chocou o país ao terminar a temporada como quarto maior artilheiro da Bundesliga, com 16 gols, e como o segundo líder em assistências, com 12. Em 2014, ele já entrou em campo 11 vezes e anotou três tentos.