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Disfunção erétil

E aí, broxou? As causas podem ser as mais variadas

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Autor/Imagem:
Ludimila Honorato

A disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, faz parte da vida de 45% dos brasileiros, seja em grau leve, moderado ou completo. A prevalência e a gravidade dos casos aumentam com a idade, e a presença de doenças como diabete e hipertensão pode comprometer a ereção.

A diabete é a principal doença que pode levar à disfunção erétil, segundo especialistas. O urologista Emilio Sebe Filho, fundador da clínica Lifemen, afirma que a glicose não controlada no sangue provoca uma inflamação na parede interna das artérias. Com o acúmulo de gordura, ocorre uma obstrução, total ou parcial, que dificulta o fluxo sanguíneo.

Uma vez que o pênis precisa ser mais irrigado com sangue para ficar ereto, o bloqueio das duas únicas artérias do órgão provoca a disfunção. Soma-se a isso o fato de essas artérias terem apenas um milímetro de diâmetro, o que facilita a obstrução.

“A diabete provoca alteração vascular nas regiões periféricas, e o pênis é considerado um órgão periférico, o que altera a irrigação peniana”, resume Filho. O urologista Marco Túlio Cavalcanti faz uma ressalva: “só o fato de a pessoa controlar os níveis de glicose pode melhorar bastante a função erétil”.

Filho, que já examinou mais de 47 mil homens em 17 anos, afirma que 80% dos diabéticos têm disfunção erétil. “O primeiro ponto de ataque da diabete é no pênis e o segundo local é o coração. A maioria dos diabéticos que não se cuida terá problema cardíaco logo”, afirma.

Embora seja mais comum em pessoas acima dos 40 anos, a disfunção erétil atinge homens de 15 a 90 anos de idade, segundo Cavalcanti. “A maioria das disfunções em pessoas com menos de 40 anos é psicogênica, ou seja, provocada por um trauma, ansiedade, perda de emprego, mudança de relacionamento”, diz o médico. Nesses casos, o problema repercute negativamente na autoestima do homem. “Acima de 40 anos, grande parte é orgânica – seja por problema hormonal, vascular ou neurogênico.”

A disfunção erétil provocada por doenças é chamada de orgânica. Além da diabete, as principais causas são, segundo Cavalcanti, hipertensão, dislipidemia (que é a alteração nos níveis de colesterol e triglicérides) e obesidade.

Segundo Filho, o alto nível de colesterol está presente em 90% dos casos de impotência masculina. Ele cita, ainda, doenças neurológicas, como Parkinson, esclerose múltipla e tumores na área nervosa.

Todas essas doenças, em algum ponto, estão relacionadas à obstrução de artérias do corpo, principalmente do pênis. No caso de homens obesos, Cavalcanti diz que a doença aumenta os fatores inflamatórios e predispõe ao acúmulo de gordura nos microvasos. “Isso, no pênis, faz com que diminua o fluxo sanguíneo.”

Outro fator da obesidade que compromete a função plena do órgão genital é a baixa testosterona, principal hormônio sexual masculino. “A baixa de testosterona é por conta do acúmulo de gordura, principalmente de gordura visceral. Isso inibe a hipófise a produzir os hormônios liberadores da testosterona”, explica o urologista. Soma-se a isso a libido menor, que também compromete a ereção.

Os especialistas apontam também o tabagismo como um fator para a impotência sexual. Os alertas nas embalagens de cigarro não são à toa. “Na composição do cigarro tem uma substância que provoca contração das artérias. Contrair uma artéria de um milímetro é provocar disfunção”, diz Filho.

Homens que passam por cirurgia de próstata, vasectomia radical ou algum procedimento genital também correm o risco de ficar impotentes. Nesses casos, dependendo da idade e dos planos para o futuro, vale pensar na preservação da fertilidade por meio do congelamento de espermatozoides.

O urologista Cavalcanti afirma que, para a causa orgânica, o tratamento é primordialmente medicamentoso. Porém, de 30% a 35% dos pacientes não respondem adequadamente aos remédios, o que pode levar a um tipo de tratamento mais invasivo.

Mas tratar as doenças já resolveria o problema da impotência sexual? Não necessariamente. O médico explica que uma pessoa com hipertensão, por exemplo, pode ficar com as artérias do pênis danificadas mesmo após tratar o problema e, com isso, continuar com disfunção. “As duas coisas devem ser tratadas simultaneamente.”

“Além disso, as medicações anti-hipertensivas baixam a potência. Só tratar hipertensão não melhora disfunção”, completa. Ele afirma que, mesmo controlando as comorbidades, a maioria dos pacientes precisa tratar especificamente a disfunção com medicamentos.

Cavalcanti orienta os homens a seguirem seis recomendações para prevenir a impotência sexual. São elas: dormir bem, comer bem (saudavelmente), praticar exercícios físicos regulares e moderados, evitar estresse desnecessário, controlar possíveis fatores (pressão, diabete, colesterol) e evitar cigarro, drogas e bebidas alcoólicas em excesso.

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