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E o pão, quem garante?, perguntou JK. E Sebastião colocou a mão na massa

José Escarlate

Uma história que pouca gente sabe. Muito ligado a tudo referente a Brasília, JK lembrou que não havia como abastecer a população do núcleo pioneiro da nova capital com o pão nosso de cada dia. Em uma das muitas reuniões que mantinha com os empresários que estavam tocando obras por aqui, ele, sempre provocador de soluções rápidas, lançou um desafio. Construir em Brasília um moinho de trigo, para que o pão chegasse à mesa de todos.

Quem abraçou a idéia foi o construtor Sebastião Camargo, dono do grupo Camargo Corrêa, que disse estar habilitado a enfrentar esse novo desafio que era o de construir e tocar para a frente um moinho de trigo nas bandas do que estava projetado para ser um setor destinado à indústria e abastecimento.

Perfeccionista, Sebastião Camargo contratou na Suíça um especialista no assunto, visando cumprir o desejo do presidente com o maior rigor técnico.

Com isso, em 1960 era inaugurado o Moinho de Trigo Jauense, a primeira indústria de Brasília. “À época, o moinho, localizado no centro do Brasil, tinha o frete mais caro que havia, já que o trigo vinha de Santos” – disse o engenheiro da Camargo Corrêa, Sérgio Ferragi, hoje aposentado.

Com poucos empregados, automatizado nos seus nove andares, moderníssimo para os padrões da época, permaneceu assim por muitas décadas.

Ao moinho, cabia abastecer não só a população de Brasília, mas também todas as unidades das Forças Armadas sediadas na região da capital e cidades do seu entorno. Em 2003, o Moinho Jauense desvinculou-se do grupo Camargo Corrêa.

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