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É para frente que se caminha quando desejamos chegar a algum lugar

Caminhamos sempre em frente. Isso é um fato. Mesmo quando literalmente voltamos atrás estamos seguindo para um ponto que não sabemos exatamente onde está… os retornos que fazemos são pequenos desvios em nossa rota
inicial. Claro que não percebemos, mas todos os caminhos desse plano já foram traçados muito antes de aqui chegarmos. Seguimos um roteiro a muito planejado para nós…

Temos a ilusão de controlar nosso destino. As pessoas não aceitam que o jogo está perdido, não importa qual seja a sua mão. A banca sempre ganha. Nossas vitórias são em número menor que as partidas que perdemos. Mas quando gritamos “bingo” ao completar uma sequência… que felicidade, não é mesmo? É a nossa vitória suprema, a prova de que podemos decidir qual caminho tomar…

Algumas pequenas vitórias nos são concedidas. Aquelas que realmente importam já nos escapam. Por que, na verdade, elas não dizem apenas a nosso respeito. São decisões que afetam toda uma comunidade. E esse é o principal motivo pelo qual, por mais que desejemos o contrário, a decisão foge de nossas mãos. Pois não é apenas nosso destino que está em jogo. Há muito mais dependendo dos passos que iremos dar…

Quantas vezes não olhamos para o passado e ficamos nos perguntando porque seguimos determinado caminho em particular, sendo que havia outro que poderia nos conduzir a um patamar mais vantajoso para nós? E essa é a chave da resposta… seria bom para nós, individualmente… mas o grupo sairia prejudicado. E a prioridade será sempre o grupo, nunca o indivíduo…

Claro que essa afirmação oficialmente não existe. Afinal, somos seres individuais, e cada um tem seus sonhos, seus objetivos. Afirmar categoricamente que determinada pessoa não tem chance alguma de realizar seu sonho simplesmente destruirá toda a sua perseverança, todo seu espírito de luta… e isso não é bom para o grupo como um todo. Mesmo que não consiga atingir seus objetivos, o caminho que este percorre permite que alguns membros do grupo concluam sua jornada mais facilmente. E é isso que importa… que alguns elementos realizem suas tarefas, cruciais para o bom funcionamento do grupo…

Sim, nossa jornada tem um propósito. Que nos escapa, que não nos é dado compreender. Mas é um caminho lógico, sempre em direção ao futuro. Que se inicia a cada passo que damos. O passado nos é negado, não podemos revisitar caminhos já percorridos. Para acreditarmos que temos certo controle em nossas vidas, as recordações de pequenas vitórias ficam gravadas em nossa memória. E, até certo ponto, nos é concedido definir algumas diretrizes que desejamos seguir. Mas sempre que nossas expectativas entrarem em choque com o interesse comum, o que prevalecerá será sempre o Grupo. Afinal, somos apenas uma pequena engrenagem de um organismo maior. Que também é fundamental para que outra entidade, acima dele, possa viver. Ou seja, o microcosmo e o macrocosmo seguem o mesmo parâmetro…

Mas isso não significa que devemos deixar tudo nas mãos do destino. Afinal, pequenas vitórias tem o seu valor. E mesmo que no cômputo geral não queiram dizer muita coisa, para o nosso ego são primordiais… é quando temos a ilusão de sermos donos de nosso nariz… e existe sensação melhor do que esta?…

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