O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse na noite de segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff passou de “mãe do PAC”, quando era ministra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para “madrinha da inflação” depois que assumiu o governo.
Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Campos também procurou delinear as diferenças que tem com o outro principal pré-candidato ao Planalto, Aécio Neves, do PSDB, e disse que somente ele e sua pré-candidata a vice, a ex-ministra Marina Silva, são capazes de garantir a manutenção das conquistas sociais.
“Quem era a mãe do PAC, das obras, começou a ser a madrinha da inflação, a madrinha do baixo crescimento, a madrinha da desestruturação do setor elétrico, a madrinha do que está acontecendo na Petrobras. E aí, o povo quer mudança. E nós queremos ser a mudança do futuro”, disse o socialista. Ele referia-se às denúncias de irregularidades na Petrobras e ao Programa de Aceleração de Crescimento, criado por Lula, que o entregou ao comando de Dilma quando ela era sua ministra-chefe da Casa Civil.
A alta dos preços tem sido tema constante na atual pré-campanha à Presidência, tendo sido amplamente explorada por Aécio e gerado preocupação no governo Dilma.
Na entrevista, Campos defendeu ainda transparência na escolha de diretores para agências reguladoras e voltou a se expressar favoravelmente à independência do Banco Central. Disse ainda não ter “nenhum preconceito” com privatizações, embora tenha afirmado não enxergar, atualmente, nenhuma estatal brasileira que devesse ser vendida ao setor privado.
Ele defendeu também uma reforma tributária gradual e a criação de novas faixas de tributação da renda abaixo do teto atual, que é de 27,5 por cento, “de maneira a tornar mais justa a escala, como já tivemos no passado”, disse.