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Erro de Marcelo frustra torcida em bares, até que Neymar marca…

A torcida nos bares de Brasília não estava muito animada no início do jogo Brasil e Croácia, mas bastou Neymar fazer o primeiro gol do Brasil para o clima mudar. Gritos, abraços e pulos fizeram parte da comemoração de quem acompanhava a partida de abertura da Copa do Mundo. Apesar da alegria, a apreensão voltava cada vez que os croatas eram vistos na área brasileira.

“Tirando a infelicidade do rapaz, o time está jogando bem”, disse Maria Eva de Lima, se referindo ao lateral Marcelo, que foi desviar a bola e acabou colocando-a dentro do gol brasileiro. Maria Eva é frequentadora assídua de bar, mas acompanha o Brasil só quando tem Copa. “É gostoso sentir a energia, eu gosto do movimento”, opina a servidora pública, que disse ter sentido um nó na garganta ao escutar todo mundo gritando após o chute de esquerda de Neymar.

Muitos conhecem a carreira do craque, as fãs decoram detalhes de sua vida pessoal, mas até quem não sabe tanto sobre ele expressa carinho pelo jogador. Por algumas vezes, a senhora Wacieny D’almeida, de 83 anos, precisou recorrer à sua filha para se lembrar do nome. Ela repetia que faltava o último toque de bola para que o Brasil virasse o jogo. “Muitos que vão lá na frente, mas na hora de fazer, não fazem, têm que enfiar o gol dentro da trave”, explica de forma simples a professora aposentada do Espírito Santo, sem se ater ao linguajar futebolístico.

Para a sua filha, Nágela Maria, a Copa é a oportunidade de trazer um pouco de alegria ao povo brasileiro. Ela não critica as manifestações, mas acha que nesse momento o brasileiro deve esquecer um pouco a política. “Depois, que se rebele pelo bem, contra a situação política atual e a segurança falha. Agora, a gente tem que ter calma e esquecer da política”, opina ela, e diz que acredita haver uma relação entre o resultado dos jogos e o ânimo dos protestos. “Tem que vencer, porque senão se transforma em violência”, acrescentou.

O pênalti foi marcado e Nágela mandou energias positivas com as mãos em direção à TV. Sua mãe se assustou de início com o que podia acontecer dali a instantes. Fechava as mãos como se fizesse uma prece, se encolhia, fechava os olhos. Gol! As lágrimas de dona Wacieny caíram. Perguntada sobre a emoção, ela contou que seu esposo, falecido, foi jogador de futebol, e se lembra dele toda vez que assiste uma partida.

Acompanhar rotineiramente o futebol também não é costume de Matheus Henrique, estudante de direito. Mas como é a Copa do Mundo, e ainda no Brasil, ele diz que está ligado nos jogos, porque agora a “emoção é diferente, única”. Matheus foi ao bar acompanhado de cinco amigos e disse que os encontros já estão marcados para os próximos jogos da seleção brasileira, sempre em algum bar da capital federal.

Entretanto, ele se diz ansioso por um jogo especificamente: a disputa pelo terceiro lugar no Mundial. O motivo: ele vai assistir à partida no Estádio Nacional de Brasília. E o estudante não se importa se o Brasil não estiver concorrendo à posição. “Pode ser um time europeu, desses que tem chances e são competitivos. Eu abro mão de ver o Brasil para que ele esteja na final”, disse o estudante. Agora, é esperar o resultado, que será conhecido daqui a um mês, no dia 12 de julho, e a grande final, no dia seguinte.

Paulo Victor Chagas, ABr

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