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Efeito midiático paulistano deixa Lula atrás em capitais nordestinas

Da esquerda à direita, as análises semanais deram visibilidade a Pablo Marçal (PRTB), o outsider candidato à prefeitura de São Paulo. O que, em si, já é uma vitória para quem adota a velha estratégia do ?falem bem, falem mal, mas falem de mim?. Mas ignorar o problema também não iria resolvê-lo, o que só prova que os esforços do TSE e do STF para evitar o vale-tudo em época de eleições foram insuficientes, como demonstra o enorme sucesso do candidato nas redes, superando inclusive o fenômeno Bolsonaro em 2018.

Agora, as opiniões se dividem entre os que defendem que o coach deve ser tratado como um criminoso e expurgado do processo eleitoral e os que acham que ele precisa ser vencido no campo da política. Seja como for, Marçal se tornou peça-chave também na estratégia eleitoral de seus adversários. A discussão passa por responder se ele seria ou não compatível com o bolsonarismo, tendo em vista as insatisfações demonstradas por Bolsonaro e sua familícia, ou se a direita neopentescostal e verde-amarela estaria perdendo espaço por sua versão puro suco de capitalismo selvagem.

A verdade é que a candidatura de Marçal também é uma demonstração de que a extrema-direita cresceu e frutificou. E, apesar do capitão estar se fazendo de difícil para ter a mão beijada antes de entregar o que tem de mais valioso, sua base eleitoral, a aproximação de Carluxo indica que uma aliança pode estar a caminho. Por outro lado, a permanência do coach no páreo beneficiaria Guilherme Boulos (PSol) porque obriga Ricardo Nunes (MDB) a ir mais para a direita, polarizando o cenário político, avalia Maria Cristina Fernandes.

Convenhamos também que o cenário se explica pela notória incapacidade de Nunes decolar nas pesquisas mesmo com toda máquina administrativa nas mãos. Seja como for, as eleições paulistanas evidenciam que a direita está demonstrando maior capacidade de renovação que a esquerda, além de vencer novamente o debate público e midiático. O que contrasta com o fraco desempenho do PT nas pesquisas eleitorais da região onde Lula teve maioria em 2022 – o Nordeste – saindo atrás em Fortaleza, Aracaju, Teresina e Natal.

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