Arqueólogos do Egito descobriram uma tumba de 4.400 anos perto das famosas pirâmides do país no platô de Gizé, próximo à capital egípcia, Cairo, informou o Ministério das Antiguidades do país neste sábado. Autoridades esperam que a descoberta ajude a reviver o setor turístico egípcio. O túmulo foi encontrado em uma área mais ampla da necrópole ocidental de Gizé.
Provavelmente o túmulo pertencia à sacerdotisar conhecida como Hetpet, que os arqueólogos acreditam ter sido muito próxima da realeza egípcia antiga da 5ª dinastia. A tumba, revelada à mídia neste sábado, é feita de tijolos de barro e inclui pinturas em boas condições, que mostram Hetpet observando diferentes cenas de caça e pesca.
Outras pinturas mostram um macaco escolhendo frutas – nos tempos faraônicos, os macacos costumavam ser mantidos como animais domésticos. Cenas semelhantes foram encontradas em outras tumbas pertencentes à 12ª dinastia, de acordo com a declaração do ministério.
Conforme o órgão, a missão arqueológica por trás da descoberta iniciou o trabalho de escavação em outubro. Os arqueólogos têm feito descobertas perto do sítio desde o século 19, e Mostafa al-Waziri, que liderou a missão, acredita que ainda há mais a ser encontrado. “Esta é uma área muito promissora. Esperamos encontrar mais”, disse Al-Waziri a repórteres. Al-Waziri acredita que Hetpet teve outra tumba na necrópole ocidental de Gizé e disse que uma escavação está em andamento para encontrá-la.
Hetpet é uma figura conhecida da Antiguidade egípcia, embora a sua múmia ainda não tenha sido descoberta. Fragmentos de artefatos pertencentes a Hetpet foram encontrados na mesma área em 1909 e transferidos para um museu em Berlim na época, disse o ministro das Antiguidades, Khaled al-Anani, a repórteres e diplomatas ocidentais, no local. Apesar de todas as descobertas já feitas sobre o antigo Egito, especialistas dizem que esperam encontrar muito mais tesouros ainda enterrados sob o vasto deserto, em parte graças à tecnologia moderna.
A área da última descoberta fica perto de um novo museu em construção que abrigará alguns dos artefatos mais exclusivos e preciosos do Egito, incluindo muitos pertencentes ao famoso rei Tutankhamon. O Egito espera que a inauguração do novo museu, juntamente com as descobertas recentes, atrairá visitantes para o país onde o turismo foi prejudicado por ataques extremistas e turbulências políticas após a revolta popular de 2011 que derrubou Hosni Mubarak e os esforços das autoridades para controlar uma insurgência por militantes islâmicos.