Nefertiti, a bela e poderosa rainha que governou o Egito por volta do Século 14 antes de Cristo, sempre provocou fascínio em historiadores, arqueólogos e egiptólogos por muitas décadas, pois seu túmulo nunca foi encontrado e é considerado por muitos enterrado no deserto. Ou era. A informação que circulou nesta sexta, 21, no Cairo, é a de que sua tumba foi enfim localizada.
A múmia da rainha, sustentam pesquisadores, estava escondida atrás das paredes da tumba do faraó Tutancâmon. Em um relatório apresentado ao Conselho Supremo de Antiguidades do Egito e visto pela Natureza, os arqueólogos sustentam a descoberta, com o uso de radar de penetração no solo, de uma área oculta semelhante a um corredor, a poucos metros câmara de Tutancâmon.
“É aqui que está enterrada Nefertiti, grande esposa e rainha que presidiu um dos períodos mais prósperos e estáveis da história do Egito Antigo”, disseram arqueólogos.
A teoria inovadora de que Nefertiti foi enterrada no túmulo de Tut foi apresentada pela primeira vez pelo egiptólogo britânico Nicholas Reeves em 2015. No entanto, essas alegações foram contestadas, com uma equipe liderada por Francesco Porcelli, da Universidade Politécnica de Turim, concluindo em 2017 que não havia salas escondidas dentro ou ao redor da tumba.
Agora, porém, a verdade veio à tona. Ray Johnson, egiptólogo do Instituto Oriental da Universidade de Chicago, disse que as descobertas do grupo foram “tremendamente emocionantes”, observando que “claramente há algo do outro lado da parede norte da câmara funerária”.
Reeves enfatizou que foi confirmado que Nefertiti foi enterrada com as honras de um faraó. “Sem dúvida é a maior descoberta arqueológica de todos os tempos”.
O egiptólogo sublinhou que qualquer alteração na tumba de Tut deveria ser adiada até que uma conferência internacional de especialistas pudesse ser reunida, principalmente devido à inestimável obra de arte contida nas paredes da câmara mortuária.
A tumba de Tutancâmon foi descoberta em 1922 por arqueólogos britânicos que se tornaram as primeiras pessoas vivas a entrar na tumba em mais de três mil anos. Milhares de artefatos que variavam de móveis a carros, instrumentos musicais e jogos de tabuleiro foram encontrados, com o local do enterro sendo o único túmulo do faraó a ser descoberto intacto e intocado.