Pedro Nascimento, Edição
A polícia da Austrália confirmou nesta sexta-feira (4) que o Estado Islâmico desenvolveu sofisticado plano para colocar explosivo no interior de um avião de passageiros, no aeroporto de Sydney.
Os supostos terroristas, detidos no último sábado (29), tinham camuflado uma bomba dentro de um triturador de carne que seria despachado, no dia 15 de julho, em voo da companhia Etihad Airways.
Esse primeiro plano, no entanto, foi abortado antes que o artefato passasse pelo controle de segurança do aeroporto, disse o subcomissário de Polícia, Michael Phelan, em entrevista.
A bomba foi desarmada por um dos extremistas e um segundo plano foi acionado para montar dispositivo químico com sulfureto de hidrogênio, substância altamente tóxica e que leva à morte. Phelan qualificou o plano terrorista como um dos mais “sofisticados já tentados em solo australiano” e louvou a atuação dos serviços de inteligência para frustrar o ataque.
O subcomissário policial detalhou que os componentes utilizados para a montagem do artefato explosivo, que aconteceu na Austrália com a ajuda de especialistas do grupo jihadista, foram enviados da Turquia por integrantes do Estado Islâmico.
A polícia prendeu quatro pessoas no sábado – das quais uma foi liberada sem acusações -, em operações policiais feitas em vários pontos de Sydney, duas semanas depois que o plano terrorista foi desarticulado.
Khaled Khayat e Mahmoud Khayat, de 49 e 32 anos respectivamente, foram acusados ontem à noite de terrorismo pela Justiça australiana, enquanto outra pessoa continua detida sob investigação.
Durante a operação, as autoridades encontraram em uma das casas, alvo de buscas, produtos químicos e outros componentes para supostamente montar um segundo dispositivo, que não foi terminado e não se sabe quando e onde seria utilizado.
O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, anunciou ontem a decisão de reduzir o nível de alerta terrorista nos aeroportos de “provável” para “possível” ataque.
As autoridades da Austrália, no entanto, querem aumentar as medidas de segurança para prevenir qualquer ataque contra a aviação civil no país.
A Austrália elevou seu alerta para terrorismo em setembro de 2014 e aprovou uma série de leis antiterroristas para evitar que atentados aconteçam em seu território. Desde então, o país sofreu quatro ações violentas e os corpos de segurança frustraram 13 planos para a realização de atentados.