O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estima que o número de focos de incêndios entre agosto e setembro, período seco do ano, deve aumentar no Distrito Federal em relação a 2014. No ano passado, foram registradas 3,9 mil ocorrências do tipo.
Segundo o departamento de previsões do instituto, o motivo é o fenômeno meteorológico El Niño — confirmado em maio, após cinco anos sem ser observado.
Causado pelo aquecimento anormal das águas tropicais do Oceano Pacífico, ele é capaz de mudar padrões do vento e regimes de chuva ao redor do globo.
No Brasil, segundo o chefe da previsão do tempo do Inmet, Luiz Cavalcanti, um dos efeitos do El Niño é a seca no sertão nordestino e incêndios florestais na região Norte, provocados pela baixa umidade e falta de chuva.
“O que acontece na Amazônia acaba tendo influência não só no Distrito Federal, como em toda a região do cerrado”, afirma Cavalcanti.
Para conseguir ler todas as informações recebidas e traçar uma previsão de como vai se comportar o tempo, o Inmet usa um supercomputador de R$ 11 milhões, que trabalha sem parar. O equipamento foi adquirido há quase três anos e é mantido numa temperatura de 22 °C e protegido por dois geradores de plantão.
Sob os cuidados do consultor de Tecnologia da Informação José Maurício Guedes, o computador modelo SGI Ice-x é capaz de realizar 55 trilhões de operações por minuto (55 teraflops).
“O computador ampliou a capacidade em analisar e fazer previsões numéricas com maior resolução e garantia”, afirma Guedes, servidor do instituto há 16 anos. “É um sistema semelhante ao usado na Nasa”.