Pudesse este poeta, meu bem
Montar no dorso da ventania
Sem temor ele o faria
Pra saber de onde ela vem
Assim, sabedor da sua moradia
E das filhas que ela tem
Furtivamente a Brisa eu levaria
E não diria a ninguém
Teria agora em meu poder
Da ventania a filha admirada
Dentre todas a mais prendada
Nem a Aragem tais encantos há de ter
Recobriria então de pedraria
Esta criança pequenina
E com carinho, princesinha
De presente eu te daria
Isso feito, tenho certeza
De que tu, meu bálsamo perfumado
De felicidade emudecerias
Ao saber que teu seria
Da natureza o primor mais delicado
Capacidade de trazer-te, ela teria
Das flores as fragrâncias vindas
Das aves as melodias mais lindas
E o suave farfalhar da ramaria
Inda que mais nada quisesses
Eu mesmo te pediria
Que dos teus cabelos fizesses
Da Brisa a eterna moradia
Assim tu sempre terias
Os cabelos na Brisa a dançar
E ao teu redor testemunharias
O mundo inteiro a te invejar.