Além de Ruth, Sarah e mais quatro viúvas endinheiradas, Arnaldo acabara de arrumar uma nova cliente. Quer dizer, cliente era como ele as chamava, mas todas pensavam que eram únicas na vida daquele homem. Seja como for, a mais recente iludida tinha nome e sobrenome: Elaine Honda de Albuquerque. Apesar de não ser viúva, a mulher carregava uma característica comum com as outras: a solidão.
Casada com um famoso empresário, Elaine passava semanas sozinha na enorme mansão do casal, localizada no Park Way. No entanto, por conta desses acasos da vida, ela conheceu o agora amante justamente quando ele estava acompanhado de outra cliente, a Laura, num famoso restaurante da cidade. Bastou uma troca de olhares para que o novo casal se formasse.
Arnaldo, confiante como ele só, deu um leve toque no quadril de Elaine, enquanto ela já ia embora. Acabou ficando para mais uma bebida. Tomou duas, não se sabe ao certo quantas outras. Tanto é que a própria Laura, inocente, pediu ao amado que deixasse a amiga em casa. Arnaldo atendeu prontamente o pedido de Laura. Mal sabia ela que estava colocando uma raposa dentro do próprio galinheiro.
Já naquele dia, Elaine, totalmente embriagada, ordenou que o pobre Arnaldo fosse direto para um motel. Amaram-se e adormeceram ali mesmo, até que, depois de horas, ele, como qualquer cavalheiro, cumpriu com a palavra e, finalmente, deixou a amiga de Laura em casa. Elaine, além de mais atraente que Laura, começou a encher o amante de presentes.
Talvez querendo acabar com o relacionamento dele com a amiga, ela chegou a lhe fazer um pequeno empréstimo de cem mil dólares, já que Arnaldo mentiu dizendo que todo o seu dinheiro estava aplicado na bolsa de valores.
Abarrotado de trabalho, Arnaldo foi obrigado a dar mais atenção para Elaine, até que o corpo começou a dar sinais de estafa. Ele precisava de umas férias e, por isso, mentiu para as clientes. O calhorda inventou que iria fazer uma viagem a negócios para São Paulo. Todas, por incrível que pareça, acreditaram na lorota.
Arnaldo chegou ao seu apartamento já tarde da noite naquela sexta-feira. Exausto, mal tomou um banho quente, caiu na cama. Poderia ter dormido durante dois dias, mas foi despertado pelo barulho da campainha no dia seguinte, por volta das 16 h. Com a cara amarrotada, o homem ainda tentou sorrir para Márcia, que entendeu que ele precisava dormir. Ele a convidou para entrar e, então, os dois acabaram adormecendo na cama abraçadinhos, como dois adolescentes apaixonados.
No sábado, 20, o capítulo V