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Delcídio abre o jogo

‘Ele (Lula) mandava e desmandava na Petrobras’

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Marta Nobre, Edição

Depois de uma relação de unha e carne com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o senador cassado Delcídio Amaral (PT), decidiu contar mais detalhes do poder de Lula na Petrobras. Mesmo alvo de ação por calúnia e difamação, Delcídio soltou as cobras contra o ex-grande-aliado.

Delator da Lava Jato, Delcídio rompeu o silêncio de meses e disse em entrevista à Rádio Jovem Pan que Lula acompanhava de perto o que ocorria na Petrobras durante seu governo.

Questionado pelo âncora do programa jornalístico daquela emissora, se “Lula é o pai do mensalão e do petrolão”, o ex-senador do PT, que presidiu a CPMI do mensalão em 2005, foi irônico. “Lula nunca sabe de nada, no petrolão também”. E ressalta: “Mas, claro, ele era um presidente protagonista, atuante. Tinha um perfil diferente”. “No caso do mensalão, efetivamente, as provas são contundentes, tanto é que foram reconhecidas (…). Ficou muito claro quem era quem nesse processo (do mensalão)”, declarou Delcídio.

“Agora, em relação à Petrobras é inegável. A Petrobras sempre teve influência política. Dizer que isso começou agora não é verdade. Como também corrupção e caixa dois não são privilégio do PT, do PMDB, isso já existe, existia”, ressaltou Delcídio, que também foi ministro de Minas e Energia entre 1994 e 1995.

“No caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla do governo. Era uma política de Estado, (de ter) a Petrobras como alavancadora do desenvolvimento e do crescimento do País”, lembrou o ex-petista, que sempre teve bom trânsito no Planalto.

“Então isso naturalmente exigia um acompanhamento claro e um posicionamento muito mais próximo de um presidente da República e de seus ministros do que em outros governos”, afirmou Delcídio do Amaral. “Ou seja, Lula acompanhava de perto?”, perguntou o âncora.

“Acompanhava. Isso é claro, isso eu vi bem”, reiterou.

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