Narciso, o espelho de si mesmo,
Manipula a vítima, em um triste jogo de cinismo,
Ele gira, sorri, e a envolve com artimanha,
Enquanto ela, inocente, segue rumo ao abismo;
Ele a impressiona, com palavras doces,
Um amor intenso, um abraço apertado,
Ela se sente especial, única, amada,
Mas é apenas o começo do seu fardo;
Ele sussurra mentiras, distorce a verdade,
Faz sua mente oscilar como uma vela ao vento,
Ela duvida de si mesma, questiona sua sanidade,
Enquanto ele a culpa, com arrogância e tormento;
Ele a afasta de amigos, família e a anula,
Cria um mundo onde só ele é o sol,
Ela se vê sozinha, vulnerável, insegura,
Preservando o vínculo, mesmo que seja um anzol;
Ele a ignora, a rejeita, a faz sentir pequena,
Ela se culpa, se esforça, busca sua aprovação,
Ele a mantém cativa, como um pássaro sem asas,
Ela se culpa por não voar, por não encontrar salvação;
Ele se faz de vítima, chora lágrimas de crocodilo,
Ela se culpa por não entender, por não ser suficiente,
Ele a controla, fazendo-a acreditar que é errada,
Enquanto ele, doentio, ri da sua impotência;
Ele volta com falsas promessas, quando ela está quase liberta,
Ela se culpa por não resistir, por ceder novamente,
Ele a puxa de volta para o olho do furacão,
Ela chora, por não ter forças para romper a corrente;
Narciso dança, e a vítima gira em descompasso,
Até que um dia, cansada e ferida,
Ela olha no espelho, vê sua própria luz,
E decide que é hora de retomar sua própria vida.