Temos à frente um final de semana enriquecido por uma importantíssima decisão. Não é demais dizer que dificilmente a esmagadora maioria de nós terá tido no ano decisão com o mesmo peso. A exceção são os moradores de Brasília, como é o meu caso, e os de Fernando de Noronha. A esses é negado esse direito. Nos demais 5.568 municípios do País, brasileiros e brasileiras vão votar para vereadores e prefeitos.
Trata-se de escolher quem terá a responsabilidade das decisões sobre as questões de interesse local. Como a manutenção da educação infantil e do ensino fundamental e, juntamente com os estados e a União, da saúde pública. Mas, supletivamente, também a segurança pública no que se refere a funções que lhe cabem.
Além disso, legislar sobre uma longa lista de questões, como: a concessão do serviço de transporte coletivo local; a prestação do serviço funerário; a do fornecimento de água e esgoto; o horário do comércio e outros estabelecimentos privados de atendimento ao público; as questões relativas ao meio ambiente nas cidades; a manutenção das vias urbanas; e o funcionamento dos órgãos municipais; entre outras.
Mas, ao elegermos prefeitos e vereadores não estaremos apenas dispondo o que desejamos como nossa qualidade de vida. É por isso que a eleição de prefeitos e vereadores interessam também aos que não iremos votar neste fim de semana.
As prefeitas e os prefeitos, as vereadoras e os vereadores terão enorme influência, daqui a dois anos, na escolha de deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República. E aí reside uma enorme diferença entre os candidatos e as candidatas que serão agora eleitos.
Quem acompanha, por exemplo, o funcionamento do Congresso Nacional, as leis que são aprovadas e as que sequer são votadas consegue identificar claramente a importância da eleição de deputados e senadores de partidos historicamente alinhados com os interesses populares. Ou a daqueles que utilizam os seus mandatos para aprovar leis que favorecem os produtores rurais, os grandes empresários ou até interesses de enormes conglomerados econômicos internacionais.
É quando se distinguem os políticos de partidos como o PT e os que defendem os mesmos interesses e quem está sempre do lado das elites, dos mais ricos. Este é o motivo para nós, os moradores de Brasília, não deixarmos de participar dessa eleição de prefeitos e vereadores.
Se não vamos votar, podemos conversar com nossos amigos e familiares que vivem em outros municípios, como faço agora, alertando-os sobre a oportunidade que esta eleição oferece, de criarmos condições para que o Brasil tenha, a partir de 2026, um Congresso Nacional muito mais voltado para os interesses populares. E, claro, a depender do voto de cada uma e cada um de nós, o risco de termos deputados e senadores como a grande maioria dos atuais. Mais interessados em atender quem tiver financiado as suas campanhas ou aproveitar para obter vantagens pessoais.
Pensem portanto que cada um de vocês pode fazer parte desse grande movimento. Vamos, já agora, mudar a qualidade de nossa representação no Congresso Nacional. Em vez de políticos que usam os mandatos para enriquecerem ou aumentar o patrimônio, vamos escolher prefeitos ou prefeitas, vereadores ou vereadores com tradição de participarem das lutas dos trabalhadores e que, portanto, vão fortalecer as campanhas de gente como eles, que terão o compromisso de usarem os seus mandatos para defenderem interesses como os nossos.
Um bom palpite é votar em candidatas ou candidatos do PT ou de partidos que têm a mesma tradição de luta.